“Pela primeira vez entrei em quadra apenas para desfrutar o momento”. A frase resume o sentimento do fixo Neto ao jogar uma partida oficial de futsal após sete meses de tratamento contra dois tumores, um no cérebro e outro no pulmão. Aos 35 anos, o melhor jogador do mundo da modalidade em 2012 revela que a doença transformou a sua vida positivamente, assim como o nascimento da filha. Ao GloboEsporte.com, o jogador tentou descrever o misto de emoções que tem vivido nos últimos meses.

Camila Pajuaba

Neto ao lado da esposa Juliana e da filha Manoela

Neto descobriu a doença no cérebro em janeiro, quando sua esposa estava no terceiro mês de gravidez. Durante todo o tratamento para a cura do câncer – também diagnosticado no pulmão -, teve a companhia de Juliana, que em julho deu à luz a Manoela, mesma época em que o jogador foi liberado pelos médicos para voltar jogar.
– Foram sete meses de ausência das quadras. Minha vida está tão leve que eu entre para me divertir e aproveitar o que o futsal me deu. Era um filme de 20 anos, de poder dar certo no esporte, passa pela minha família, esposa e filha que acabou de nascer. O sentimento é de gratidão.

Prestes a completar um mês, Manoela é a inspiração de Neto para seguir com a carreira vitoriosa e sendo o exemplo para quando a filha puder assimilar a história de glórias e superação vivida do pai.
Que a gente possa viver com alegria. A receita é força de vontade, otimismo e o bom-humor. Esse é o caminho para qualquer cura.
– A minha esposa foi uma guerreira, grávida quando descobrimos a doença e tendo que ser forte indo aos hospitais e ao meu lado. Espero que a minha filha se orgulhe de ter um pai que enquanto ela estava na barriga, era um pai que lutava pela vida e batalhava por ela.
Neto deve jogar novamente na próxima terça-feira, quando o Sorocaba recebe o Dracena, no segundo jogo das quartas de final da Liga Paulista. No primeiro jogo, o Sorocaba venceu por 3 a 1 e joga pelo empate para avançar à semifinal do estadual.