A derrota para o Irã nos pênaltis marcou o fim de um ciclo, deixando órfãos uma legião de fãs. Aos 39 anos, Falcão jogou o seu último Mundial, uma vez que o craque acredita não ter condições de disputar uma Copa do Mundo aos 43 anos, em 2020. Com cinco participações no torneio, o camisa 12 soma dois títulos, duas Bolas de Ouro Fifa e 48 gols, número que o dá o status de maior artilheiro da história da competição.

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Última aparição em Mundial do Rei. Foto: FIFA

Autor de três gols no empate em 4 a 4 com os iranianos, Falcão ainda foi ovacionado pelos rivais após a fatídica partida em Bucaramanga. Eliminado nas oitavas de final, o Brasil se despediu do Mundial nesta quarta com a sua pior colocação em Copas do Mundo. Em todas as edições do torneio, a seleção havia chegado ao menos à semifinal. Relembre como foram os Mundiais de Falcão:

Vice em 2000

Falcão tinha apenas 23 anos em 2000, quando disputou o seu primeiro Mundial, na Guatemala. Numa equipe que contava com os já renomados Manoel Tobias, Fininho, Lavoisier e Vander Carioca, o camisa 12 viu o título brasileiro escapar por muito pouco. Na final, derrota por 4 a 3 para a Espanha e um frustrante vice-campeonato. Falcão jogou oito partidas no Mundial e anotou seis gols, três deles na histórica goleada por 29 a 2 do Brasil sobre a Guatemala na primeira fase.

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’12’ – o número mais temido do futsal mundial. Foto: Divulgação

Nova frustação para a Espanha

Quatro anos mais tarde, Falcão voltava a Copa do Mundo Fifa para tentar levar o Brasil ao título no Taipé. Com 13 gols em oito partidas, o craque fez a sua parte, mas o caneco novamente não veio. O algoz mais uma vez foi a Espanha, só que dessa vez na fase semifinal – 2 a 2 no tempo normal e 5 a 4 para os espanhóis nos pênaltis. Mesmo com a conquista do rival, Falcão voltou para a casa com dois troféus individuais: a Bola de Ouro Fifa, e a Chuteira de Ouro, dada ao artilheiro do torneio. O Brasil terminou em terceiro.

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Espanhóis são bicampeões e maiores rivais em Copas do Brasil. Foto: Agência Reuters

A vingança em casa

Em 2008, enfim, Falcão pôde saborear o seu primeiro título Mundial. Em competição realizada no Brasil, a seleção canarinho foi à forra diante dos espanhóis ao derrotá-los na final nos pênaltis (placar de 4 a 3), após um insistente empate em 2 a 2. Autor de 15 gols em nove jogos, o camisa 12 ainda faturou a sua segunda Bola de Ouro, terminando também como vice-artilheiro da competição. A decisão foi disputada no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

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Campeão!

Drama e glória na Tailândia

O ano de 2012 marcou a conquista com contornos épicos na Tailândia. Depois de sofrer uma lesão muscular na perna na estreia contra o Japão, Falcão teve a sua continuidade no Mundial ameaçada. Por insistência da comissão técnica, o camisa 12 permaneceu com o grupo realizando tratamento intensivo. Surpreendendo os prognósticos mais otimistas, conseguiu voltar a jogar nas oitavas de final contra o Panamá. Nas quartas, porém, o craque foi acometido por uma paralisia facial de fundo nervoso. Mesmo com o problema, o ala enfrentou a Argentina e fez dois gols na dramática vitória de virada por 3 a 2. Na final, mais um gol e título sobre a Espanha pelo mesmo placar.

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Com paralisia facial e fazendo os gols da classificação contra Argentina. Foto: FIFA

Eliminação precoce e recorde na Colômbia

Depois de anunciar que 2012 havia sido o seu último Mundial, Falcão voltou atrás na decisão e decidiu jogar mais uma Copa do Mundo, mesmo estando com 39 anos. Os dez gols marcados na Colômbia o colocaram como o maior artilheiro de todos os tempos em Mundiais, ultrapassando o compatriota Manoel Tobias. A despedida, porém, não foi nada feliz: eliminação para o Irã nas oitavas de final, e a pior campanha do Brasil na história do torneio.

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Valeu, Falcão, foi um prazer ser representado por você e pelo seu talento. Foto: FIFA