Márcio Damião

Cabreúva já defendeu a Intelli por cinco temporadas. Foto: Márcio Damião

Após um semestre longe do país, Cabreúva está de volta ao futsal brasileiro para jogar pelo São Carlos (ex-Orlândia), franquia que defendeu por cinco temporadas. Nesta quarta, o ala de 35 anos revelou os motivos que o fizeram deixar o Maritme, da Itália. Segundo Cabreúva, ele atuou por três meses pelo clube da cidade de Augusta e não viu a cor do dinheiro. A última equipe do ala antes de deixar o futsal brasileiro foi o Atlântico Erechim.

– São 20 anos de futsal, muitos momentos e muito aprendizado. Meu sonho de criança era ser jogador, e se cheguei até aqui, é por um único motivo: trabalho honesto. Nunca pensei que um dia pararia para escrever sobre este assunto. Acredito que o mínimo que qualquer profissional espera em seu ambiente de trabalho é respeito (…). Assinei um contrato, fui para longe do Brasil, levei minha família junto, e o que recebi até agora foi falta de respeito e desonestidade – escreveu o ala.

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São 20 anos de futsal, muitos momentos e muito aprendizado. Meu sonho de criança era ser jogador, e se cheguei até aqui, é por um único motivo: TRABALHO HONESTO. Dou o melhor de mim, trabalho duro, passo dias longe da minha família. Porém, nunca pensei que um dia pararia para escrever sobre este assunto. Acredito que o mínimo que qualquer profissional espera em seu ambiente de trabalho é RESPEITO. Respeito para se cumprir o contrato assinado, respeito para receber o salário em dia, e assim, sustentar sua família, respeito para concretizar tudo o que foi proposto e acordado. No futsal é assim, se o atleta recebe uma proposta melhor, precisa pagar multa para ser liberado, respeitando a cláusula de rescisão, caso contrário não é liberado. No entanto, quando é o atleta que é dispensado, ele RARAMENTE tem os seus direitos cumpridos. Em alguns lugares nossa modalidade está bem longe de ser ética, e acabei sentindo na pele o que é ser enganado por um time que se diz profissional. Assinei um contrato, fui para longe do Brasil, levei minha família junto, e o que recebi até agora foi falta de respeito e desonestidade. E aí eu pergunto, cadê a segurança que um jogador de futsal precisa ter? Recorro à que? A quem? Essas equipes precisam ser punidas! Isso não pode acontecer! Nós, jogadores, estamos sujeitos a ser enganados (e consequentemente prejudicados), por causa de charlatões que não levam nossa profissão a sério, e que sabem que, na maioria das vezes, sairão completamente impunes. Times como este, que não sabe respeitar o atleta, deveriam ser banidos, pois não tem credibilidade nenhuma, não passam segurança, não dão suporte algum e simplesmente somem do mapa quando são cobrados. #futsaldeSALAO #jajatemmaisviu @mercadofutsal @divcalcio5

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Com diversas passagens pela seleção brasileira, Cabreúva chamou a atenção no Tubarão-SC em 2008. Irmão do lateral-direito Cicinho, atualmente no Oeste, o ala jogou no Corinthians em 2010 e em 2012 e também teve uma rápida passagem pelo futebol 7 do Vasco em 2015.

Apesar do desabafo do jogador, o Maritime não se manifestou sobre o assunto. O clube italiano ainda conta com brasileiros em seu elenco, dentre eles o experiente pivô Simi, campeão mundial em 2012.