Rafael França Bezerra. Se falar isso na quadra pouca gente vai reconhecer. Mas basta acrescentar o apelido Rato que tudo fica mais claro. Aos 35 anos, o fixo pernambucano já ganhou todos os títulos importantes que podia no futsal. Venceu a Liga Nacional, é pentacampeão espanhol, bi europeu – o equivalente à Liga dos Campeões -, e ainda venceu o Mundial de 2012 com a seleção brasileira. O jogador falou ao GloboEsporte.com sobre conquistas, vida no Velho Continente e ainda refletiu sobre qual parceiro pode ser considerado o melhor de todos os tempos: o brasileiro Falcão ou o português Ricardinho.

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Rafael Rato levou o Inter Movistar ao título espanhol de futsal 2017/18. Foto: Divulgação

Títulos e vida na Espanha

O currículo de Rato é recheado. Filho do ex-goleiro Luiz Neto (Santa Cruz), ele começou a jogar futsal com 10 anos, na equipe da Associação Atlética do Bandepe (antigo Banco do Estado de Pernambuco). Passou, ainda, pelo Tricolor pernambucano e pelo Sport. Aos 18, chamou atenção do time do Banespa (banco do estado de São Paulo). De lá, ganhou o mundo.

Jogou no Rio Grande do Sul, na Ulbra, pelo qual foi campeão da Liga Nacional, em 2002. Depois, foi para a Espanha, onde passou por quatro clubes antes de chegar ao Inter Movistar – atual melhor equipe do planeta. É onde joga o português Ricardinho, melhor jogador do mundo.

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Inter Movistar soma cinco títulos da maior competição de clubes do futsal europeu. Foto: Divulgação

“É um time (Inter Movistar-ESP) que sempre foi muito forte. Tem muita história. Aqui, eles dizem que é o time mais laureado (premiado) do mundo. Ganhei cinco títulos espanhóis, cinco Supercopas da Espanha, uma Copa do Rei e duas Copas da Uefa, o equivalente da Liga dos Campeões”, comentou.

Do atual elenco, ele é o segundo que há mais tempo atua no Inter Movistar. Só fica atrás do espanhol Carlos Ortiz. Está estabelecido em Madri e tem o reconhecimento do torcedor.

“A gente tem uma torcida grande. Nosso ginásio comporta quatro mil pessoas e está sempre lotado. Muitas vezes sou reconhecido na rua. Madri é muito grande. Mesmo assim, várias vezes estou no centro, andando na rua, achando que vou passar despercebido, e chega alguém para falar, tirar foto. É muito legal”, revelou Rafael.

Por tudo isso, e por já estar no país há 15 anos, não tem planos de voltar. “Eu não costumo pensar muito no longo prazo. Tenho contrato aqui ainda. Minha ideia é ficar por aqui, tentar chegar à Copa do Mundo de 2020. E, mesmo se eu não chegar, estou satisfeito com tudo que conquistei. Depois que parar, a tendência é ficar aqui com a família”, diz Rato, que é casado e tem três filhos.

Ricard Rovira

Rafael Rato levanta troféu pela Seleção Brasileira. Foto: Ricard Rovira

Seleção Brasileira

Rato é convocado para a Seleção, de forma intercalada, desde 2003. De lá para cá, viveu momentos bons. Foi campeão dos Jogos Sul-Americanos de 2009, de dois Grand Prix e do Mundial de 2012. Mas também conheceu dissabores – o maior deles na eliminação para o Irã na Copa do Mundo de 2016.

Quem é melhor?

Ao longo da carreira, Rato teve possibilidade de jogar com os maiores nomes do futsal. Os brasileiros Manoel Tobias e Falcão foram seus companheiros. O português Ricardinho, hoje rei da categoria, é seu colega de equipe. Mas Rato não entra na saia justa de dizer quem foi melhor. “Eu evito comparar porque cada um teve seu momento, seu estilo. Por mais que Falcão seja parecido com Ricardinho, eles são diferentes. Cada um tem seu legado”, disse.