05.06_cbfs_estruturaO presidente da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), Marcos Madeira, se emocionou ao falar sobre patrocinadores, credibilidade e Copa do Mundo durante o lançamento do novo uniforme da seleção brasileira em Uberaba (MG). Naquele momento passava um filme. Desde o título da Copa do Mundo na Tailândia em 2012, quando começou o desgaste da relação entre jogadores e confederação, até o início da preparação para o Mundial na Colômbia, o futsal brasileiro começou a sofrer com seguidas crises: duas trocas na presidência da CBFS, quatro mudanças na comissão técnica, e até um boicote de jogadores inconformados com os desmandos no futsal e a interrupção das atividades da seleção, que durou 284 dias, no início da gestão de Madeira.

Nesta montanha russa entre uma copa e outra, a CBFS chegou ao momento de subida: volta da Penalty como fornecedora do uniforme e dos Correios como patrocinador, e negociação sendo realizada para o retorno do Banco do Brasil. Sinais de um futuro sem turbulências no futsal brasileiro. Pelo menos é o que considera Madeira.

O primeiro e mais difícil passo, segundo o presidente, foi recuperar a credibilidade. Depois de ter as contas contestadas pelas federações, acusação de mau uso ainda na gestão de Aécio de Borba Vasconcelos e a perda dos principais investidores no futsal, recobrar a transparência era fundamental para o futsal.

– O mais difícil foi a credibilidade. Voltar a ter credibilidade é bem mais difícil que fazer uma marca. A nossa meta, o plano estratégico que nós lançamos foi justamente este: trazer de novo a credibilidade e a transparência para o futsal – afirmou.

Com patrocinador, a conta fecha. Sem eles, no entanto, a seleção brasileira encontra dificuldades no treinamento e preparação para a Copa do Mundo, como tem sido a queixa de jogadores e comissão técnica. Sobretudo, quando envolve jogadores de outros países.

– Se você tem patrocinador, você tem condições. Para fazer treinamento da seleção, cada vez que você convoca para treinar no país, são R$ 200 mil que gasta com atletas de fora. Temos dificuldade em treinamento, porque eles têm que ser feito em janela Fifa que é de quatro dias, de domingo a quarta. De repente você vai trazer um atleta da Rússia para jogar aqui, para ficar dois dias, e uma passagem são R$ 10 mil. Então existe uma enorme dificuldade neste sentido, mas vamos sanando devagar, mas com passos firmes, sempre olhando o futuro. Sabemos que este produto é um de primeira grandeza e todo mundo quer ver esta amarelinha jogando. É muito importante – disse Madeira.

Além da Penalty, que voltou a fornecer o material esportivo para a seleção brasileira, os Correios voltarão a estampar a marca na camisa e o presidente afirma que negociações estão sendo feitas com o Banco do Brasil. Para Madeira, resultado da transparência que a CBFS tem reconquistado.

– Trouxemos de novo a Penalty, empresa que nasceu quase que com o futsal. Voltamos com os Correios. Isto é muito importante. Estamos trabalhando firmemente com o Banco do Brasil, para que ele volte também. Então aqueles patrocinadores que estavam, estamos tentando voltar. Há uma grande possibilidade de isto acontecer. Porque estão vendo uma transparência, uma administração séria – avaliou o presidente.

Ao mesmo tempo que comemora o retorno de velhos parceiros, Marcos Madeira reconhece que ainda existem dívidas. O mais importante, segundo ele, é saber quais são, o valor delas e que tudo está equacionado.

– Posso afirmar que hoje as coisas estão equacionadas. Devemos. Mas sabemos a quem e quanto devemos. Antes não tínhamos nada disso. Precisamos realmente fazer tudo dentro da Confederação. Hoje posso assegurar que existe uma administração e existem metas a serem alcançadas. Nós estamos caminhando – pontuou.

Uma série de mudanças, de conquistas que, devagar, vão dando respiro ao futsal brasileiro, segundo Madeira. A emoção é inevitável, sobretudo por um futuro próximo que pode ser representado por mais um título da Copa do Mundo.

– A gente que gosta muito deste esporte, trabalhamos a vida inteira com ele. Então, às vezes a gente emociona. O emocionar é porque a gente enxerga as dificuldades, mas aquela pessoa que faz o que gosta faz mais bem feito e trabalha mais. É o que acontece conosco. Tenho uma equipe sensacional. Trabalhamos dia e noite se for necessário. Podemos falar que hoje o futsal está em um patamar muito melhor que estava há um ano. Com muita esperança de trazer o caneco para o Brasil – concluiu.

Notícia: Felipe Santos
Imagens: Emerson Cleiton/ Kid Júnior