Antes mesmo de virar jogador profissional de futsal, Rafael Silva de Jesus deu um verdadeiro drible no destino. Nascido e criado na Mangueira, uma das áreas mais pobres do Rio, o carioca de 32 anos conseguiu chegar onde chegou ao ser descoberto em um projeto social dentro da sua comunidade. Hoje conhecido apenas como Silva, o defensor terminou como um dos destaques do Atlântico na LNF 2018. A equipe ficou com o Vice-Campeonato ao ser derrotado para o Pato na prorrogação, por 2 a 1, depois de vencer no tempo normal por 4 a 2.

Mauricio Moreira

Silva foi um dos destaques do Atlântico na Liga Nacional de Futsal 2018. Foto: Mauricio Moreira

“Sou criado na Mangueira, minha família é de lá e tenho muito carinho pela minha origem. Consegui passar as etapas difíceis que tem lá dentro e, graças a Deus, a minha mãe tem muito orgulho do filho que ela criou”, disse o fixo.

Silva deu os seus primeiros passos na Vila Olímpica da Mangueira, projeto social tido como referência no país. As boas atuações na Verde e Rosa chamaram a atenção do Vasco, que levou o jogador. Da Colina, o defensor passou por Grajaú, Vassouras, Petrópolis, Macaé e Flamengo, onde ganhou o seu primeiro título como profissional.

“Em 2008, há exatos dez anos, fui campeão carioca pelo Flamengo. Foi inesquecível, porque foi o meu primeiro título como profissional”, contou o jogador, que teve passagens pelo Ibéria Star, da Rússia, e o Burela, da Espanha, antes de tomar o rumo da região Sul do Brasil em 2013.

Em 2014, Silva teve a sua primeira oportunidade de jogar no Atlântico. Na ocasião, ele ajudou a equipe gaúcha a ser campeã da Copa Cataratas, da Série Ouro do Gauchão e da Taça Libertadores da América de Futsal. Após atuar por Alaf/RS, Al Saad, do Qatar, Gardenline, da República Tcheca e América de Tapera/RS, Silva retornou ao Atlântico em 2017. O atleta é bastante identificado com a torcida de Erechim.

Mauricio Moreira

Silva tem forte identificação com a torcida do Galo de Erechim. Foto: Mauricio Moreira

Casado e realizado profissionalmente, Silva lamenta apenas a situação do futsal do Rio, que não possui nenhum clube na LNF desde a participação do Cabo Frio em 2014.

“Fico triste com isso. O Rio é uma cidade maravilhosa com muitos talentos que podem aparecer no futsal nacional. Precisamos de investimentos para que esses jogadores joguem. Hoje, felizmente, eu estou aqui jogando no Atlântico, mas muitos jogadores de qualidade desistem por falta de oportunidade”, finalizou.

Depois da decisão da Liga Nacional de Futsal 2018, Silva e o Atlântico voltam às atenções a Liga Gaúcha. O time de Erechim decide a competição estadual diante do Carlos Barbosa. O campeão garante vaga na Taça Brasil de Clubes 2019.