Foram 11 anos, 390 gols e duas Copas do Mundo defendendo a seleção de futsal da Rússia. O brasileiro naturalizado russo Eder Lima está com o coração dividido às vésperas do Mundial da Rússia. Aos 33 anos, o pivô do Sorocaba Futsal construiu a carreira e a vida na Rússia, após que recebe pela primeira vez a maior competição de futebol do mundo.

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Eder Lima é ídolo do futsal russo, vice-campeão mundial de futsal em 2016. Foto: Divulgação

Eder Lima fez sucesso e defende a seleção da Rússia, mesmo atuando no Brasil. O pivô foi artilheiro da Copa do Mundo de 2012 com nove gols, e vice em 2016, na Colômbia, com 10 gols. Apesar do sucesso, o jogador admite que no início não via o momento de retornar a São Paulo, sua cidade-natal.

– No começo fiquei um pouco receoso, mas aceitei o desafio. Fiquei 11 anos na Rússia, sou muito grato a tudo que o país me deu, o legado que consegui deixar lá. Foram duas Copas, uma história linda e passei muita coisa para chegar em momentos assim – conta.

O conhecimento adquirido em mais de uma década na Rússia faz Eder Lima explicar sobre o temido clima no país, conhecido pelos recordes negativos de temperatura. A cidade Sochi, conhecida com a “cidade-resort, e local onde a seleção brasileira ficará hospedada durante a Copa, é elogiada.

– Agora na Copa do Mundo vai ser uns 29 graus, o povo gosta muito de futebol e vai ser uma Copa sensacional. Digo para quem for para lá que pode ficar tranquilo e não levar nada para se proteger do frio. Sochi é uma cidade muito estruturada e tem de tudo, até praia. O clima é muito bom, a Seleção estará muito bem instalada – disse.

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Eder Lima em Moscou, capital da Rússia. Foto: Divulgação

O coração está dividido. Apesar de ser russo oficialmente, o coração brasileiro ainda bate mais forte. Eder Lima terá a chance dobrada de comemorar o título da Copa, apesar de admitir que a seleção russa dificilmente irá avançar da primeira fase. A torcida, porém, é para o amigo Mário Fernandes, outro brasileiro naturalizado russo que irá disputar o Mundial pela seleção local.

– Fico dividido, fiquei 11 anos lá e torço para o Mário Fernandes, que se naturalizou e vai defender a Rússia. Torço que possa passar da fase de grupos. Sendo realista acho difícil passar, não tem uma base. Torço para o Brasil ser campeão, mas vai ser uma grande Copa. Estarei meio russo e meio brasileiro, quem sabe os dois na final? – brinca.

Guilherme Mansueto

Atualmente no Magnus, Eder Lima é um dos grandes personagens na disputa da LNF 2018. Foto: Guilherme Mansueto

O GloboEsporte.com aproveitou a entrevista e pediu para Éder Lima ensiar em russo as palavras que os brasileiros não podem deixar de saber para não sofrer no país do Leste Europeu. Abaixo, a aula do “professor russo”:

Antes da aula, porém, Eder Lima admite que não se aprende russo da dia para a noite.

– O russo é difícil, tive aulas durante vários meses, mas apenas no convívio diário consegui aprender. Escrever não consigo, mas falar no dia a dia consigo sobreviver, levar numa boa.