Marquinhos Xavier, técnico da Associação Carlos Barbosa de Futsal (ACBF), participou de um curso de capacitação para Instrutores da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), no Paraguai. Ele foi um dos dois treinadores brasileiros indicados a participar do evento, que reuniu profissionais dos 10 países afiliados à entidade que regula o futebol na América do Sul.

Arquivo pessoal

Perdigão, PC Oliveira e Marquinhos Xavier. Foto: Arquivo pessoal

O curso de capacitação para Instrutores Conmebol era voltado para o futsal e futebol de praia e teve a presença de dois técnicos de cada modalidade dos 10 países. Todos os treinadores foram indicados por suas respectivas confederações de futebol. Marquinhos foi indicado pelo técnico PC Oliveira, através da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O outro representante brasileiro foi Perdigão, do Minas. “É gratificante, porque em um país onde há inúmeros profissionais competentes, ter sido escolhido é importante, pois a preocupação que tenho em relação à modalidade tem refletido lá fora”, disse o técnico da ACBF.

Segundo Marquinhos, a Conmebol resolveu “abraçar” o futsal e para chancelar a seriedade com que a entidade tratou o evento, estiveram presentes os diretores de desenvolvimento de todas as confederações, inclusive a da CBF, além do presidente da própria Conmebol, Alejandro Domínguez. “O objetivo era conhecer o nível da modalidade em cada país e o nível das pessoas que trabalham nessas modalidades numa ação conjunta com o departamento de desenvolvimento da Conmebol, que pela primeira vez está se preocupando com outras modalidades que não sejam só o futebol. Isso é uma inclinação da FIFA, que se fomente outros esportes em todos os continentes”, comentou Marquinhos.

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Marquinhos e demais paricipantes recebem o certificado da Conmebol. Foto: Arquivo pessoal

A ideia da entidade é capacitar os participantes para desenvolver o esporte em seus países. Entre os 50 participantes do evento, 10 serão escolhidos Instrutores Conmebol. Estes profissionais estarão habilitados a capacitar outros profissionais e gestores no continente. “A gente estava esperando passar por um treinamento mais prático, entrando na parte técnica. Na verdade, fomos submetidos a uma observação para saber em que nível de didática cada um de nós possuía. Realizamos algumas dinâmicas e formulamos projetos de futsal para saber, não só o nosso nível de conhecimento tático, mas também para saber nosso nível didático para repassarmos estas informações. Tivemos palestras sobre ética profissional e sobre a realidade do esporte. Um dos aspectos interessantes do encontro foi o intercambio que criamos entre os países presentes. Teve muita troca de informações. Todos os países tinham seus diretores de desenvolvimentos, que são escolhidos pela FIFA. Foi uma integração entre treinadores e diretores de cada país, Conmebol, CBF e instrutores FIFA”, explicou. “Esse foi o primeiro passo. A tendência é que tenhamos tanta representatividade no futsal sul-americano, quanto a UEFA tem dentro da FIFA na Europa”, completou Marquinhos.

Para Marquinhos, esta é a chance da modalidade crescer ainda mais. “A Conmebol já manifestou interesse de atuar nos 10 países que fazem parte da entidade. Estão previstos investimentos na área da estrutura como construção de ginásios e quadras de futebol de areia. Existe não só a intenção, mas a necessidade de fazer isso. A Conmebol estava representada por diretores e pelo seu presidente, dando uma comprovação de que o envolvimento nesse projeto não é de um departamento só, mas de toda a entidade. Acredito que poderemos ver algum resultado em médio prazo. Num curto prazo, o foco será a habilitação de profissionais. Depois, traçar as diretrizes e as capacidades de cada país na área financeira”.

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Marquinhos Xavier conversa com os participantes do evento na sede da Conmebol. Foto: Arquivo pessoal

O comandante da ACBF saiu do evento no Paraguai otimista com os rumos que o esporte pode tomar a partir do interesse da Conmebol em valorizar o futsal. O próximo passo será a criação de um manual de futsal, baseado na realidade do esporte nos países sul-americanos. “Esse foi o primeiro encontro e deverão ocorrer outros. Foi bacana, pois vimos uma realidade muito diferente na nossa modalidade. Quando se aproxima um pouquinho do futebol, que tem um investimento alto, a gente passa a acreditar que possa acontecer com o futsal também com patrocínios melhores de entidades que possam auxiliar a modalidade nestes países. O objetivo é que se crie na América do Sul um manual de treinamento voltado à realidade dos países daqui, assim como existe na Europa. É um estudo inicial, mas deu para ver que há a preocupação de algumas entidades”, concluiu.