Palestras, debates, conhecimentos compartilhados e a busca pela evolução do esporte brasileiro. Assim foi a 2ª Reunião Científica dos Fisioterapeutas da LNF, que teve o Minas Tênis Clube como sede. Em dois dias de evento (24 e 25 de fevereiro), 13 fisioterapeutas das equipes que disputam a Liga Nacional de Futsal (LNF), incluindo Felipe Pereira, organizador do evento e responsável por cuidar dos atletas do Supermercados BH/Minas, discutiram sobre os desafios que enfrentam na fisioterapia esportiva e como podem minimizar o número de lesões no futsal brasileiro. As palestras e casos apresentados por José Ricardo (chefe do Departamento de Processos Técnico-científico e Saúde do Minas), Natália Bittencourt (chefe do Setor de Fisioterapia do Minas), Rodrigo Morandi (fisiologista do Cruzeiro), Haroldo Aleixo (médico do Minas), Eugênio Araújo (fisioterapeuta do América) e Ricardo Vidal (fisioterapeuta da FIVE), foram fundamentais para que os participantes atingissem o objetivo do encontro: definir o que pode ser considerado como lesão no futsal brasileiro. Ao fim da temporada, cada equipe participante da LNF produzirá um relatório contendo todas as lesões sofridas por atletas durante o ano. Assim, os fisioterapeutas irão montar um plano de ação para evitar as lesões. Felipe Pereira comentou a importância do evento para o futsal brasileiro.

Orlando Bento

Bernardo Caixeta, coordenador técnico da LNF, representou a entidade no encontro. Foto: Orlando Bento

O que foi discutido no evento?

“Estávamos com o objetivo de fazer a capacitação dos fisioterapeutas da Liga e também padronizar alguns testes da avaliação de pré-temporada, definindo como iríamos fazer o registro de lesões. A gente conseguiu atingir os objetivos para fazer as definições. Foi bem legal, o pessoal curtiu. Tivemos algumas discussões para chegarmos a um consenso, mas conseguimos chegar nesse consenso e ter uma definição do que é lesão. Então, a partir de agora, nós vamos registrar os quatro testes de pré-temporada, testes funcionais. Cada um irá fazer o registro de lesão do time e depois irá passar para a Liga quantas lesões tiveram no ano. Isso já existia em outros países, mas aqui ainda não tinha na Liga Nacional”.

Quando surgiu a ideia?

“A ideia começou no ano passado, quando teve o primeiro encontro. Nós fomos para São Paulo (SP), no Corinthians. Nós conversamos, mas mostramos mais a estrutura de cada clube, como que era a realidade, aproximando os fisioterapeutas. Como foi o primeiro encontro, não deu para a gente fazer tudo aquilo que a gente queria fazer. Acabamos deixando algumas coisas para esse segundo encontro. É legal, porque já temos duas pessoas que querem fazer no ano que vem. Provavelmente, vamos ter o encontro também nos próximos anos. É claro que as coisas podem mudar, mas já existe o planejamento”.

O que destaca como mais importante no encontro dos fisioterapeutas?

“A definição do que é lesão, para a gente registrar, foi algo importante do evento. Definir os testes de pré-temporada, para a gente ter o perfil do atleta de futsal brasileiro. Mas o mais importante foi a capacitação dos fisioterapeutas. Falamos sobre atendimento em casos de concussão, que foi bem interessante. Vimos o caso do Bianchini, goleiro do Supermercados BH/Minas, que aconteceu no ano passado. Fizemos tratamento para reabilitação e prevenção de lesões bem comuns no futsal, como a da musculatura do posterior da coxa. Tivemos capacitação em treinamento, na teoria do treinamento, e a execução dos testes pré-temporada. Também vimos controle de carga”.

Qual foi o retorno dado pelos participantes?

“Eles gostaram do evento, falaram que foi relevante. As palestras do Zé Ricardo e Natália acrescentaram muito na atuação deles. Eles gostaram muito da organização, da receptividade. Eles ficaram impressionados com a estrutura, tiraram várias fotos. Fora os participantes, o presidente da SONAFE, que é a Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva, elogiou o evento. O pessoal gostou e elogiou bastante o evento”.

O que mudou em sua visão após o encontro?

“Acho que começamos a unir os fisioterapeutas, a ter um grupo de fisioterapia mesmo, para tentar estabelecer alguns padrões, algumas avaliações de pré-temporada, para que possamos conseguir reduzir o número de lesões no futsal. A partir do momento que tivermos o número de lesões, a gente consegue fazer um trabalho preventivo melhor. Então, o primeiro passo para a redução do número de lesões foi dado”.