Tainã Felipe

Xande, ao centro, é um dos destaques da Copagril na atual temporada. Foto: Tainã Felipe

Segundo o dicionário, a palavra globalização pode ser definida como “processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre economias e mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras entre eles”. Mas a globalização não atinge apenas economias e mercados, ela atinge pessoas. O ala Xande é uma prova da globalização na Liga Nacional de Futsal 2018. Nascido no Rio de Janeiro, ele é atleta da Copagril, do Paraná, e defende as cores da seleção uruguaia de futsal. Um pouco confuso, mas uma prova viva da globalização mesmo.

“Uma história confusa, mas é uma oportunidade que me apareceu através do meu pai: ele é uruguaio. A minha estreia pelo Uruguai foi contra a seleção do Brasil. Eu tava voltando de uma contusão séria do joelho e não tava tendo oportunidade dentro do clube e aceitei o desafio até para mostrar para todo mundo que eu tava recuperado”, lembrou.

A estreia com a camisa celeste foi logo contra a seleção brasileira, país onde Xande nasceu e mora até hoje. A emoção poderia ter mexido com o ala e ele poderia ter ficado balançado pela estreia e pela equipe do outro lado. Poderia… Mas não foi isso que aconteceu. Marcou dois gols no seu primeiro jogo pelo Uruguai, apesar de não ter saído com a vitória.

Yuri Gomes

Xande em ação pela Seleção do Uruguai. Foto: Yuri Gomes

“Consegui uma coisa histórica que foi ganhar o primeiro tempo de 1 a 0, com um gol meu. Segundo tempo a gente tomou uma virada de 3 a 1, mas no final ainda fiz mais um gol e acabou 3 a 2. Tivemos chance de empatar no goleiro linha, mas foi um jogo muito especial, foi em Minas, um lugar que eu joguei três anos. Foi a minha estreia pela seleção, e fazer um jogo desses foi absurdo”, explicou.

Como todo menino, Xande gostaria de defender a seleção brasileira de futsal. Mas ele também sabe que as dificuldades são maiores no Brasil. Para ser convocado, o ala teria que desbancar nomes como Suelton, seu companheiro de equipe, e Sol Sales, do Marreco Futsal. Por isso, ele optou pela camisa celeste em busca de um outro sonho de criança.

“O Brasil é um celeiro de craques. A gente comenta que aqui é a liga mais difícil do mundo e não é à toa, porque tem muitos jogadores e, às vezes, as pessoas não tem espaço aqui no Brasil e tem que procurar espaço em outras oportunidades que a vida vai levando. A pessoa vai pra Rússia, joga muito tempo e aparece a oportunidade de se naturalizar e quem não quer jogar um Mundial? É o ápice de qualquer atleta participar de um mundial”, disse.

Ulisses Castro

Copagril passou pela ACBF nas quartas de final da LNF. Agora, encara o Atlântico. Foto: Ulisses Castro

A Copagril, time de Xande, está classificada para as semifinais da Liga Futsal 2018. No primeiro jogo, atuando em casa, o time ficou no empate em 1 a 1 com o Atlântico Erechim, do Rio Grande do Sul. O próximo jogo será no sábado, dia 24, e o foco de Xande é a vaga na final.

“Domingo é um jogo difícil. O Atlântico é uma equipe bem experiente, que sabe jogar decisão. Porque jogo decisivo é muito diferente de jogo de primeira fase, é um jogo que se define em detalhe. Nossa equipe é uma equipe muito jovem, mas que ao longo da nossa caminhada na Liga vem criando uma casca, para chegar nesses momentos decisivos e não cometer tantos erros. O Atlântico já tem isso pelos jogadores experientes, pela equipe que é”, revelou.

O segundo jogo da semifinal entre Atlântico e Copagril acontece neste sábado, dia 24, às 13:30, no Centro Esportivo e Recreativo Atlântico, no Rio Grande do Sul. O jogo terá transmissão ao vivo do SporTV.