André Sanano

Afonso valoriza vestiário da seleção de Portugal. Foto: André Sanano

A Seleção Nacional de futsal de Portugal cumpre esta quinta-feira um jogo-treino diante do CRC Quinta dos Lombos (11.º classificado da Liga Placard), no Pavilhão Municipal da Torre da Marinha, tendo em vista a preparação para os dois derradeiros jogos de qualificação para o Campeonato da Europa Países Baixos 2022.

A Equipa das Quinas joga nas próximas segunda e quarta-feira (12 e 14 de abril, pelas 18h30 e 18h00, respetivamente) diante da Noruega com o objetivo de manter a liderança do Grupo 8. Portugal soma oito pontos, mais um que República Tcheca e Polónia, sobre as quais tem vantagem no confronto direto.

Afonso estreou-se ao serviço da Seleção na preparação para o Euro-2018, de 6 de dezembro de 2017, num encontro disputado na Eslovénia em que Portugal venceu por 6-4. Em relação a esse jogo estão neste estágio 10 caras diferentes – André Galvão, Mário Freitas, Edu, Erick, Miguel Ângelo, Pauleta, Silvestre, Tomás Paçó, Vítor Hugo e Zicky. O universal explicou as principais diferenças entre este e aquele grupo de jogadores

“Penso que hoje em dia já existe uma grande mistura entre os jogadores mais jovens e os jogadores mais velhos, com mais experiência. Isso é muito bom. Acho que se traduz naquilo que é o trabalho das seleções, que hoje em dia se faz desde muito cedo e que nos dá a oportunidade de entrar neste espaço com outra bagagem, porque já conhecemos a equipa técnica, já conhecemos o espaço, já sabemos as regras, já sabemos como havemos de funcionar e depois acaba por ser uma questão de trabalho nos clubes para atingir este nível.”

Agora com 23 anos (nasceu a 6 de janeiro de 1998), lembrou que trabalhou nos escalões de formação com quatro dos jogadores que integram esta convocatória – Erick, Silvestre, Tomás Paçó e Zicky.

“Acho que o trabalho nas seleções tem sido feito de uma forma excelente – o processo é incrível, porque nos dá a oportunidade de conhecer o espaço muito cedo, saber como é que se trabalha e como é que devemos trabalhar para atingir este objetivo, que penso ser um objetivo de todos em Portugal. Dá-nos a oportunidade de chegarmos aqui e sabermos exatamente aquilo que temos de fazer. Depois, temos um grupo de trabalho fantástico – os jogadores mais experientes acabam por nos integrar de uma forma incrível e ajudamo-nos mutuamente” , acrescentou

No jogo de estreia, disputado na Stozice Arena, onde Portugal viria a erguer dois meses depois o troféu de campeão da Europa, Afonso tinha apenas 19 anos e um mês* e tornou-se no segundo jogador mais jovem de sempre a estrear-se na Seleção A, sendo superado apenas por um jogador com 17 anos, nove meses e 23 dias*, de seu nome Ricardo Braga, conhecido no mundo do futsal como Ricardinho.

“Nem sabia. É muito bom… Acho que é sinal também do trabalho que eu tenho vindo a fazer, mas eu realço que é trabalho e fruto do processo que é feito nas seleções. O que a Federação faz é incrível e dá-nos esta oportunidade. Acredito que, rapidamente, vão haver jogadores mais jovens a terem esta oportunidade.”

Desde a estreia, Afonso Jesus cumpriu sete internacionalizações, quatro das quais nos jogos da atual qualificação para o Euro-2022, tendo-se estreado a marcar no último jogo diante da República Checa, disputado a 9 de março e em que Portugal venceu por 5-1. Para estes dois encontros, o universal não fez parte das escolhas iniciais de Jorge Braz, mas viria a ocupar a vaga de Pany. O jogador sabe que este não é um grupo fechado e que há que lutar em todos os momentos pela recompensa de vir à Seleção.

“O grupo que vem é o grupo que o mister acha que tem de vir e há coisas que não se questionam. O mister decide. Cada um tem de fazer o seu trabalho de casa, que é chegar ao clube e dar o seu melhor e esperar que depois, no momento, se for chamado, voltar a dar o seu melhor. Estive nas duas convocatórias anteriores, empenhei-me ao máximo, dei o meu contributo da maneira que pude e não pude. Se fiquei de fora, foi opção do mister. A única opção e solução que tenho é continuar a trabalhar no clube para mais para a frente voltar a vir.”

Portugal empatou nos primeiros embates diante da Polónia e República Tcheca, vencendo nos reencontros. Para Afonso esses jogos que Portugal queria vencer e não conseguiu fazem parte do passado e recusa a ideia de voltar a acontecer, diante da Noruega, um outro resultado que não a vitória.

“Nem sequer pensar em não ganhar os dois jogos. Acho que temos e nos concentrar, focar… Diga-se o que se disser, nem olhar para a tabela [classificativa]. O importante é olharmos para nós, saber que são dois jogos, duas vitórias e que estamos o Europeu que é o nosso objetivo.

Afonso reiterou que olhar para a classificação é um erro, desvalorizando o facto de a Noruega não ter conseguido pontos e defendendo que Portugal tem de apenas de pensar em manter o lugar cimeiro do Grupo 8.

“Se olharmos para a classificação, que eu acho que é um erro, vamos jogar contra a Seleção que está em último com zero pontos. Nós temos é que olhar para nós que estamos em primeiro e é lá que temos de continuar.”