“Trancado” em sua residência, o técnico Bruno Silva tem a companhia nesta quarentena da esposa Laís e da cachorrinha Megan. Entre uma atividade e outra com as “mulheres” da casa, o comandante da Intelli Tempersul aproveita o período de pausa para fazer uma autoanálise de seu desempenho como treinador e mantém contato com representantes de outros times, em conversas que têm como um dos temas as possíveis mudanças nos formatos das competições da temporada.

Arquivo pessoal

Bruno Silva, Laís e Megan moram em Dracena desde início do ano. Foto: Arquivo pessoal

 

Bruno e Laís Vanzolini Gallego Silva, de 25 anos, estão casados há dois. Mas ele não se casou apenas com a esposa. Veio “de brinde” a cachorrinha da raça shitzu, que tem 4. As famílias dos dois estão em Orlândia (SP) – cidade próxima a Ribeirão Preto –, mas eles decidiram seguir em Dracena durante a parada, até como forma de proteger aqueles que amam.

– Como lá nós teríamos que ficar na casa de um dos dois, optamos por permanecer aqui. Eles estão no grupo de risco, então pensamos na prevenção – falou o treinador.

 

Arquivo pessoal

Treinador está casado há dois anos. Foto: Arquivo pessoal

 

Nos afazeres domésticos, quem cuida do cardápio é Laís. “Cozinha não dá para mim”, já adiantou Bruno. Nada mais justo, então, que ele honrar a profissão nessas horas. Tem “trabalhado” como personal trainer exclusivo da esposa, mas garante que a acompanha em alguns exercícios, na garagem.

Um hobby é assistir a documentários e séries. Entram nesta lista os do Manchester City e Pep Guardiola. Jogos antigos também prendem o comandante em frente à telinha. Mas esses não são por diversão ou lazer, não. São utilizados unicamente como aprendizado.

Bruno é um técnico novo. Tem 27 anos e esta é a quarta temporada comandando uma equipe. Teve como grande professor dentro da modalidade o pai, Cidão, antigo treinador e hoje supervisor da Intelli Temprsul. Mas sabe aquele ditado: é errando que se aprende. Então, nesta pegada, o professor vai buscando aprimorar os conhecimentos em um momento bastante propício para isso.

– Estou tentando umas duas horas por dia ver jogos nossos de outros anos – disse, ao se referir à parceira dracenense, comandada por ele nas antigas sedes de São Carlos (SP) e São Sebastião do Paraíso (MG).

– Vejo o que posso melhorar no meu sistema de jogo, tentar readequar. Já cansei de assistir às nossas partidas deste ano – completou de forma bem-humorada, ao relembrar os amistosos e jogos-treino, nos quais a Intelli somou duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

 

Divulgação clube

Antes da pausa, pré-temporada dracenense durou de 10 de fevereiro a 19 de março. Foto: Divulgação clube

 

O time dracenense está com a pré-temporada paralisada há três semanas, mas os trabalhos seguem nas casas dos atletas, com o acompanhamento do setor de preparação física. Bruno Silva tem se mantido em contato com o elenco e a comissão técnica, assim como trocado mensagens com os adversários.

Ele comentou que o sistema de videoconferência, adotado pelo Dracena nos treinos há duas semanas, também tem feito parte da rotina de outras equipes da Liga Nacional de Futsal. E revelou conversas que rolam no grupo do WhatsApp dos professores.

– A gente acredita que deva mudar os formatos de competição. A expectativa é que mude muita coisa. A Liga Nacional, por exemplo, ser dividida em três grupos de sete times. Assim, cada equipe jogaria 12 vezes na primeira fase, ao invés de 20, como hoje. É bem provável que, entre Copa LPF e Liga Paulista, eles façam uma só. Mas não é nada oficial.

Enquanto fica no aguardo de cenários mais esclarecedores, na expectativa que o contexto ligado à pandemia comece a melhorar em maio, o técnico vai curtindo a companhia de Laís, Megan, jogos antigos, documentários…