Das primeiras oportunidades ao protagonismo com a camisa da seleção brasileira de futsal, o craque Falcão chegou à maioridade. São 18 anos servidos ao Brasil, entre títulos coletivos e individuais, em 1998, à breve passagem pelo futebol de campo, retorno ao futsal, e agora, a despedida do camisa 12. A pouco mais de quatro meses da última Copa do Mundo com a seleção brasileira, Falcão espera ter uma boa despedida da competição, se diz recuperado das lesões, se mostra preocupado com a preparação e pensa na carreira após os 40 anos.

Maior artilheiro da seleção brasileira, hepta campeão do Grand Prix de Futsal, bi-campeão da Copa do Mundo da Fifa, medalha de Ouro no Pan-Americano no Rio no primeiro ano do futsal no torneio, inúmeros títulos sul-americanos, melhor jogador da Copa do Mundo de 2008. Números que o elegem como o melhor jogador de futsal de todos os tempos e deixam o camisa 12 feliz, mas que ainda busca jogar bem a última Copa do Mundo.

– Estou feliz. Me preparando bem para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível. Tudo isso culmina em fazer um grande mundial. Se vamos ganhar ou não, a gente não sabe. Sabemos que é difícil. Mas estou me preparando focado neste mundial – afirmou.

22.05_carreira_falcão_2Durante o Sul-Americano de Futsal, em Uberaba, Minas Gerais, Falcão fez dois gols na estreia do Brasil na vitória sobre a Argentina por 2 a 1 e também deixou o dele no triunfo por 5 a 1 contra o Uruguai. O craque chegou a 366 gols pela seleção brasileira e ficou a uma bola na rede de abrir 100 gols do 2º maior artilheiro com a camisa amarela, Manoel Tobias. Não teve na cidade Mineira, mas pode terá a chance de fazer na Copa do Mundo. A meta depois é outra.

– É um número importante. Manoel Tobias é um ícone do esporte. Não estava atento a isso, a assessoria que me atentou a isso. Mais um número, a gente fica feliz. Depois é chegar aos 400 – disse.

Quando Falcão projeta fazer uma boa Copa do Mundo, ele se refere também a estar bem fisicamente. O ala do Brasil afirmou que está recuperado daquela que ele mesmo definiu como a mais grave da carreira. No ano passado, ele teve uma lesão no tendão da musculatura posterior da coxa esquerda e o agravamento de um edema no joelho, que chegaram a tirar o atleta da Copa América. Apesar dos compromissos extra quadra, o atleta se diz recuperado das lesões.

– Recuperado das lesões. Muitos compromissos e viagens no primeiro semestre. Devo fazer uma viagem para Índia agora. Depois que voltar a focar na preparação para o Mundial de Clubes no mês no que vem quanto para a Copa do Mundo – avaliou.

O camisa 12 engrossa o coro da comissão técnica quando o assunto é a preparação para a Copa do Mundo na Colômbia, com início no dia 10 de setembro. Assim como o técnico Serginho Schiochet, o craque reconhece que a preparação do Brasil para a Copa está aquém em relação a outras seleções. A qualidade técnica do brasileiro pode ser o diferencial, segundo Falcão.

– Em termos de preparação está aquém às outras seleções. As outras seleções estão se preparando há quatro anos. E a gente tem tido esta dificuldade de treinamento. Mas quando gente olha nosso time individualmente nos alegra muito. Me deixa bem satisfeito em saber que as coisas podem acontecer da melhor maneira possível. Principalmente pela nossa qualidade técnica – afirmou.

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Nos EUA?

No fim de julho Falcão tem viagem marcada para os Estados Unidos onde participa do evento de lançamento da Liga de Futsal no país. A princípio, só o lançamento. No entanto, o craque não descarta a possibilidade de jogar nos Estados Unidos. Mas, por enquanto, o camisa 12 se diz feliz no Sorocaba.

– É uma possibilidade. Estou indo para lá agora no final de julho para fazer um grande evento. Como lançamento da Liga Americana de Futsal. Não tem nada oficial. Estou feliz na minha nova equipe, sempre optei por ficar no Brasil. Mas se for alguma coisa muito boa, que seja bom no meu planejamento de vida seja bom, tem que avaliar. Mas, por enquanto, o plano é continuar no Brasil – afirmou.

Nos planos de Falcão, encerrar a carreira nos Estados Unidos pode ser o caminho. Aos 38 anos, o atleta reconhece o nível de competitividade e o peso do nome dele na promoção do futsal nos Estados Unidos.

– Talvez encerrar a carreira lá. O nível de competitividade é grande no Brasil. Muito alto. Em junho chego aos 39 anos, ano que vem o 40. É difícil acompanhar o ritmo de competitividade no que tem no Brasil. Para continuar jogando apenas para dar espetáculo, divulgar o esporte seria uma boa escapatória – concluiu.

Notícia: Felipe Santos
Imagens: Ricardo Artifon/ Reprodução Youtube/ Yuri Gomes