O cavanhaque grisalho, a fala tranquila e, principalmente, o conteúdo do discurso reflete a trajetória longeva de Boni. Se esquentando como pode na fria Venâncio Aires/RS, ele encara a terceira semana de treinos permitidos dentro das recomendações. Com mais tempo para “maratonar” séries de TV e programas de pesca, o jogador da Assoeva foi a atração da Live com o repórter João Barreto, da LNFTV e TV NSports. Enquanto a Liga não inicia e sem saber do que o futuro o reserva, contou boas histórias de sua carreira.

Juliano Schmidt

Boni é capitão e líder do elenco da Assoeva. Foto: Juliano Schmidt

Início: “Na escola o futebol está no sangue, jogava handebol e peladas com meu pai. Até que fiz um teste em Maringá-PR e me apaixonei pela modalidade. Faz mais de 20 anos que estou nessa luta. Mas passei a encarar como carreira quando comecei a receber. Isso foi em Cascavel.”

Segredo da longevidade: “Acredito na genética, sou privilegiado e minha raça ajuda muito nisso. Me cuido, me policio fora de quadra. Mantenho competitividade até nos treinos. Não tenho mais a mesma força, mas a experiência ajuda a cortar caminhos.”

Atalhos dentro de quadra: “Abordagem mais equilibrada, não dar bote errado. Hoje o futsal está mais explosivo e na minha posição tem que ter uma leitura de jogo de cobertura, cobrança das outras posições, coisas que a experiência carrega. O fixo é quem vê o jogo de frente.”

Choque de gerações: “Na minha época se batalhava muito para fardar. A gente queria estar no banco mesmo sabendo que não iria jogar. Eu fazia de tudo para estar ali. Hoje está mais fácil chegar até o adulto e disputar até uma LNF.”

Gosto de disputar a LNF: “A LNF é uma competição que não tem jogo fácil. Ela exige muito trabalho durante a semana. Existe nivelamento do primeiro ao último colocado. E tem muito jogador de qualidade que torna ela grandiosa. É muito bom jogar a LNF.”

Referências: “Falcão, um extraterrestre, Valdin, que tira carta da manga, Fininho, Lenisio e Vinicius. Euller, eu olhava jogar e não acreditava no que ele fazia. Futsal tem “n” exemplos, porque aqui estão os melhores.”

Quem não conferiu, vale a pena parar para escutar a voz da experiência. Como ele mesmo disse, deve muito aos pais que o cobravam desde cedo. E é esse conselho que procura passar aos mais jovens: “estudar e levar a sério a profissão”. O futuro do futsal depende do crescimento das próximas gerações. A atual, por exemplo, tem a chance de ver todos os jogos. E Boni é grato às iniciativas promovidas pela LNF para fortalecer a modalidade. Na próxima semana o convidado da Live será Billy, do BR Futsal.