Roni Muller

Boni: “A Assoeva tem toda uma história e isso não pode acabar por aqui”. Foto: Roni Muller

Dentro de quadra a equipe da Assoeva vive um bom momento. Na Liga Futsal vem de uma vitória contagiante na estreia dentro do Poliesportivo pelo placar de 2 a 1 diante do Atlântico. Se tudo está conforme planejado em termos de resultados em três jogos, o mesmo já não acontece fora das quatro linhas, no que se refere a situação financeira. Salários do mês de março e abril pela metade é a realidade de alguns atletas e integrantes da comissão técnica.

Após o apito final do clássico gaúcho pela LNF no começo da tarde de domingo, 16, o capitão Boni declarou que o grupo de jogadores está fechado mas a preocupação de todos é quanto ao futuro do clube, ainda mais diante de uma temporada que está apenas começando. “Estou sete anos já aqui em Venâncio Aires. Foram vários os momentos inesquecíveis em termos de resultados e conquistas. Tivemos derrotas muito doloridas. Em 2021 estamos passando por uma outra realidade. Os salários de março e abril vieram somente pela metade. Tudo muito complicado com dias e meses pela frente sem termos uma certeza de equilíbrio e tranquilidade”, disse o jogador.

Boni fez questão de ressaltar que todos sabem que a Assoeva vive um momento de incerteza mas que o otimismo prevalece entre jogadores e comissão técnica. “Aqui formamos um grupo de profissionais em todos os departamentos. Estamos trabalhando pelos melhores resultados possíveis da equipe dentro de quadra. Nestes meus anos de experiência e vividos aqui sei o quanto a Assoeva é querida na cidade e respeitada no estado e país. A direção até agora não conseguiu honrar o que foi acordado no começo do ano. A gente sabe também que está tentando colocar as contas em dia. O que nos falta é essa certeza que existe uma luz no fim do túnel para dias melhores pela frente”, comenta o camisa 2.

Na Liga Futsal a Assoeva tem três jogos e com os quatro pontos somados ocupa a terceira posição no seu grupo. “Pensar que com esses bons resultados até agora, com a evolução da equipe em uma Liga Futsal sempre competitiva e equilibrada, a gente ainda consegue separar muitas coisas. Se fora das quatro linhas o momento é bastante delicado, em quadra estamos fazendo nossa parte. Que isso também sirva de estímulo para os torcedores e empresários de modo geral. A Assoeva necessita de ajuda. O clube não pode fechar as portas. O sucesso de todos depende da continuidade. A Assoeva tem uma história linda e nesse momento precisa de uma enorme ajuda para não fechar as portas e até deixar de disputar algumas competições. Tem famílias que dependem desse projeto”, enfatiza o líder.

Como convive no mundo da modalidade, Boni relata que a Assoeva tem a folha salarial mais baixa da Liga Futsal. “Mesmo diante disso já cheguei a ouvir na rua que o mais fácil seria fechar as portas. É muito fácil falar mas aqui temos famílias que dependem do futsal. O apelo que faço é pelo engajamento dos empresários. A mobilização de momento se faz necessário. Abracem a Assoeva Futsal e não deixem essa história acabar dessa forma”, finaliza o atleta.

Vianei Hammes: “Vamos procurar honrar o que foi acordado com todos do plantel”

“O que estamos arrecadando em termos de valores de patrocínio está sendo repassado aos jogadores. Procuramos dividir os valores conforme o teto de cada um para que se possa manter um certo equilíbrio.” A afirmação é do atual vice-presidente do clube, Vianei Hammes.

Ele relata que já foi um sufoco bastante grande a temporada 2020. “Tivemos agora essa segunda onda da pandemia e com isso a viabilidade de público nos ginásios ficou ainda mais distante. Além da ausência do torcedor, outra adversidade enfrentada é a dificuldade de mais e novos patrocinadores. Estamos na luta e na tentativa de dar a volta por cima para equilibrar as finanças”, destaca o dirigente.

Vianei comenta que a diretoria num todo está trabalhando na busca por recursos. “Já mantivemos contato com a Administração Municipal. Os jogadores tem sido compreensivos mas não tem como negar que os contatos são semanais pois eles também buscam informações da real situação. É bem provável que se ‘pedale’ mais alguns meses essa condição dos salários que esperamos normalizar quem sabe no decorrer do segundo semestre.”

Hammes destaca que mesmo diante das adversidades, os atletas juntamente com a comissão técnica seguem trabalhando e conquistando bons resultados. “Assim quem já está nos apoiando vai seguir com a gente e quem sabe assim conseguiremos agregar novos investidores”, finaliza.

Goleiro Guilherme Rêgo chega para somar ao grupo da Assoeva

Após a saída, do goleiro Deividi, que acertou a sua transferência para o Cascavel Futsal no início do mês, a Assoeva buscou repor a perda com a chegada de um novo goleiro.

Trata-se de Guilherme Rêgo Oliveira, que na temporada passada atuou na equipe Sub 20 da Acbf de Carlos Barbosa, onde conquistou o título estadual da categoria.

Natural de Porto Alegre, mas atualmente morando em Pelotas, Rêgo, iniciou sua trajetória no futsal, no Clube Brilhante de Pelotas, onde iniciou na categoria Sub 15 em 2015 e ficou até 2018, quando se transferiu para a Acbf.

Rêgo, chega para somar aos goleiros Kelvin e Andrey, na sequência da temporada 2021, nas disputas da Liga Nacional de Futsal e Gauchão de Futsal Série A, que inicia no próximo mês.

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Rêgo é o novo goleiro da Assoeva. Foto: Arte