O mundo do esporte, muitos dizem, gira de forma muito veloz. Um hora você está por baixo e, pouco tempo depois, se encontra no topo. Hoje com 27 anos, Poletto viveu os dois lados da moeda em 2016. No primeiro semestre, sofreu com salários atrasados e recebeu ordem de despejo. Agora, disputa a Copa do Mundo de Futsal.

Poletto é um dos cinco brasileiros da seleção do Azerbaijão no Mundial

Jogador com passagens por clubes de tradição como Carlos Barbosa e Atlântico/Erechim, Poletto começou o ano no Jaraguá, ex-time de Falcão que viveu grave crise financeira. Ao lado da esposa e do filho de um ano e seis meses, recebeu uma ordem de despejo e ainda hoje tem três meses de salários atrasados na equipe catarinense.

“Foi atípico na minha carreira, Nunca tinha passado em nenhum clube falta de pagamento e até ordem de despejo. Realmente fico triste pela situação do Jaraguá estar nessas condições, pois é uma cidade muito boa de se viver, sem contar a história que a equipe tem dentro do futsal mundial”, declarou Poletto.

Então, em agosto, veio a proposta para defender o Araz Nakhchivan, do Azerbaijão, e virar cidadão do país europeu. Após aceitar a proposta, ele se naturalizou azeri e, junto de outros cinco brasileiros (Fineo, Thiago Bolinha, Gallo, Eduardo e Vassoura), foi convocado para disputa do Mundial, que está sendo realizado na Colômbia.

Jogando pelo Jaraguá ele foi eleito Craque da 3ª Rodada da LNF 2016

“Embora não seja pela seleção do meu pais de origem, é um sonho de todo atleta disputar um Mundial e irei dar o meu melhor pelo país que me deu essa oportunidade e me acolheu. A impressão inicial foi boa, Baku é uma cidade muito boa de morar e a única dificuldade que tive no início foi com a língua, pois falam russo e azeri”, afirmou o pivô, ressaltando que independente das dificuldades financeiras vividas, aceitaria a proposta de qualquer forma pois é bem maior do que a média de salários paga no Brasil.

Na estreia, o Azerbaijão, que é treinado pelo técnico brasileiro Miltinho, goleou Marrocos por 5 a 0. Na segunda partida, derrota para a Espanha por 4 a 2. No domingo, o país decide classificação diante do Irã.

“Sabemos que nossa seleção tem pouco tempo de trabalho junta, comparada as grandes seleções que tem uma base montada há anos. Mas estamos trabalhando muito forte e temos um ponto positivo, pois nossos jogadores estão acostumados a disputar grandes competições, jogos difíceis e que por onde passaram fizeram um ótimo trabalho. Primeiramente vamos tentar passar do nosso grupo, que é um dos mais fortes, e depois quem sabe ser uma das surpresas do Mundial”, finalizou o brasileiro.