Se você quiser apresentar o que é o futsal para alguém, conte a história desse jogo. Estava tudo ali. Ginásio Arrudão, em Francisco Beltrão no Paraná, lotado por uma torcida apaixonada. Decisão de um torneio que reunia os campeões da temporada de 2018. Quatro times disputavam o título de uma competição rápida, e só o campeão teria vaga brasileira na Libertadores da América deste ano. Como a liga brasileira ainda não começou este era o jogo mais importante do ano até aqui. Pressão da torcida. Viradas sensacionais. Golaço. Contra-ataques. Jogo lá e cá. Um lindo trabalho de pivô. Goleiro linha. Ah, e muita emoção. No fim, depois de duas viradas, deu Corinthians campeão com os 4 a 2 sobre o Marreco, pela Supercopa.

José Delmo Menezes Jr

Corinthians vence Marreco e é campeão da Supercopa. Foto: José Delmo Menezes Jr

Como faz barulho a torcida do Marreco. O Time do Corinthians sentia a pressão vindo da arquibancada ainda no vestiário, antes de entrar na quadra pro início do jogo. E logo no primeiro minuto de jogo Dener teve uma chance de abrir o placar para o Marreco. Mas o Corinthians soube muito bem suportar a pressão que vinha de fora, e da quadra, e trocava passes com muita calma. E Logo aos 3 minutos Matheus recuperou uma bola na defesa, puxou o contra-ataque, tocou pra Douglas que se livrou de dois, devolveu pro Matheus que com muita tranquilidade deixou o goleiro cair no chão e abriu o placar.

Logo depois do gol a marcação do Marreco encaixou, desorganizando o Corinthians que errava muitos passes. A torcida mantinha o time aceso. E faltando um pouco mais de cinco minutos um tiro livre pro Marreco, depois da bola bater na mão de Douglas, era a chance mais clara para o empate. Juninho bateu de chapa, tirando do goleiro e fez um belo gol.

Depois do empate o volume do jogo era muito bom. A tônica da partida estava lá e cá o tempo todo. E quase no apito final do primeiro tempo, uma gol de futsal raiz. Sinoê fez uma linda jogada de pivô, rolou a bola pra trás, no tempo certo, e Max soltou um foguete. Com muita gente na frente o goleiro não teve o que fazer.

José Delmo Menezes Jr

Matheus foi o destaque do Corinthians na final. Foto: José Delmo Menezes Jr

Segundo tempo

O segundo tempo começou com o Corinthians errando muitos passes, e não conseguia desenvolver seu jogo e oferecia muitos contra-ataques pro Marreco, que dominava a partida e chegava com muito perigo ao gol do goleiro Tiago. Aos dez minutos Sal Salles, de letra acertou a trave. E ali, o Corinthians parece ter acordado e começa a pressionar o Marreco. Nesse momento a tensão no ginásio era grande e a torcida se calava com o passar do tempo. Comemorava quando o time conseguia salvar as chegadas de perigo do Corinthians. Faltando dois minutos e trinta pro final do jogo, o Corinthians veio com o goleiro linha e apertou ainda mais o Marreco. Depois de uma bonita troca de passes, Deives bate de primeira, sem ângulo, a bola bate na trave e sobra pro Matheus marcar o segundo dele.

A pressão corintiana era grande e 40 segundos depois, Batalha virou a partida. A essa altura, Marreco começou a jogar com o goleiro linha e foi pro tudo ou nada. Caio interceptou um passe do Marreco, numa leitura perfeita, e ainda no campo de defesa, chutou a bola para o gol que estava aberto. A torcida do Marreco que já começava a deixar o Arrudão viu a bola entrar lentamente no gol e acabar com qualquer chance do time já que faltavam apenas 33 segundos de jogo.

Com o título, o Corinthians se classificou para a Libertadores da América que será disputada em Buenos Aires, de 14 a 21 de julho. Matheus o melhor jogador da final quando perguntado se chegou a hora de ir pra seleção disse:

– Eu fui muito feliz hoje. Sou muito novo, tem muita coisa pela frente, mas se deus quiser vou me tornar um grande craque.

Na disputa do terceiro lugar, o Atlântico venceu o Pato, com gol de Gessé, e ficou com o terceiro lugar na Supercopa.