“Aposto que 80% dos argentinos nem sabiam que estava sendo disputado o Mundial de Futsal”. A frase dita ao ESPN.com.br por Leo Samaja, funcionário da AFA (Associação de Futebol da Argentina) reflete bem como a modalidade não era vista como relevante no país.

O surpreendente título da Copa do Mundo, conquistado neste sábado, contudo, pode causar uma revolução.

2839069_big-lnd

Atualmente, o país não possui uma liga nacional. As províncias têm seus próprios campeonatos, com destaque para Buenos Aires. Apesar do trabalho sério feito por Boca Juniors, River Plate e San Lorenzo, como destacou a reportagem na última semana, potências no futsal argentino são clubes sociais, de bairros, desconhecidos do grande público, como Pinocho, Kimberley e Hebraica.

Os jogos, que chegam a atrair até 600 pessoas nos jogos, tem ingresso custando R$ 10, segundo o jornal La Nación. A preocupação com os chamados “barras bravas”, como são conhecidos os torcedores organizados, fazem os clubes terem que gastar R$ 400 com a segurança policial.

Em publicação deste domingo, o La Nación destaca que a conquista da Copa do Mundo possa trazer o interesse de empresas, para investir na modalidade, a difusão dos jogos na televisão e o interesse dos jovens.

Ex-jogador e comandante da seleção que venceu a Rússia na final do Mundial, Diego Giustozzi já havia revelado que a meta é ser uma potência das quadras em uma década. “Para nós é muito importante trabalhar com meninos. Estamos trabalhando forte para que a Argentina seja uma potência mundial daqui a 8, 10 anos.”

2839067_big-lnd

Outros esportes são exemplos

Atualmente, se não pagam mensalidades para jogar futsal nos clubes acima citados, as crianças argentinas podem praticar a modalidade nas escolas. Dos campeonatos escolares, olheiros levam estes meninos para jogar nas categorias de base das equipes de futebol.

Leo Samaja acredita que, agora, pode haver um interesse maior para evoluir nas quadras, e cita outros exemplos dos últimos anos.

“Com esse grande acontecimento, logicamente vai gerar um grande desejo desses garotos de fazer parte disso, e vai aparecer investimento. Já aconteceu com o rúgbi e com o basquete após o título olímpico”, finalizou o coordenador da ATFA (Associação de Técnicos do Futebol Argentino).

FIFA