Em janeiro de 2016, o Corinthians vivia problemas parecidos no campo e nas quadras: o elenco do ano anterior era desmanchado em meio a uma forte crise financeira. Pouco mais de dez meses depois, porém, enquanto o clube segue sofrendo nos gramados, o futsal está à beira de uma temporada histórica.

Igor Corá

Pelas quartas, Corinthians 7×2 Atlântico. Foto: Igor Corá

A principal diferença? O caminho que cada modalidade seguiu para superar o momento difícil. Se o futebol investiu para tentar repor as saídas com boa parte do orçamento, o futsal precisou se readequar e esquecer os medalhões. A aposta foi nas categorias de base, em saída que parece ter sido certeira.

Nesta sexta-feira, às 19h15 (de Brasília), o Corinthians receberá a Assoeva-RS no Ginásio do Parque São Jorge em ótima condições de “exorcizar” o fantasma de seis eliminações consecutivas nas semifinais da Liga Nacional de Futsal, principal torneio da modalidade. A decisão parece próxima como nunca.

De sempre favorito a incógnita

Desde 2010, quando iniciou a sequência de decepções na reta decisiva da Liga, o Corinthians sempre figurou entre os times apontados como favoritos ao título. Nesse período, diversos grandes nomes – como Neto, Schumacher ou Simi – passaram pelo clube, mas nenhum elenco foi além das semifinais.

O investimento elevado para os padrões nacionais precisou ser reduzido para 2016, e o Corinthians ficou próximo de sequer ter equipe para a temporada. “O Corinthians acabou mesmo, por dois dias. Depois, pensaram com carinho e retomaram o projeto”, admitiu o goleiro Guitta, em junho.

O arqueiro, ao lado do pivô Deives, foi o principal nome a seguir no elenco, que perdeu, por outro lado, os também “selecionáveis” Simi e Neto, o fixo Marinho, os alas Caio e Valdin e os pivôs Elisandro, Charuto e Gabriel Bi. Mais tarde, o clube ainda ficou sem o técnico Ferretti, que foi para o Magnus/Sorocaba.

Igor Corá

Corinthians 7×2 Atlântico. Foto: Igor Corá

Qualquer semelhança…

Se, no campo, o Corinthians gastou mais de R$ 60 milhões na tentativa de repor as saídas de Gil, Renato Augusto, Jadson, Vagner Love e cia. e também foi ao mercado procurar um substituto para Tite; no futsal, os reforços foram pontuais e as maiores novidades, “caseiras” – até no banco.

Técnico do sub-20 em 2015, André Bié primeiro virou auxiliar e depois assumiu o time com a saída de Ferretti. No elenco, foram promovidos desde o início do ano Douglas, Rocha, Marcel e Leandro Lino, que não sentiram o “peso” da camisa – pelo contrário, os dois últimos já chegaram até à seleção brasileira.

O talento dos jovens, inclusive, foi elogiado pelo craque Falcão na última semana, depois que o Corinthians venceu o Magnus, fora de casa, no primeiro jogo da decisão da Liga Paulista, encaminhando uma conquista que pode vir no início de dezembro. A obsessão do clube, porém, é o título nacional.

Chegou a hora?

De incógnita, o Corinthians está, mais uma vez, na semifinal da LNF, tendo a segunda melhor campanha geral, com 13 vitórias, cinco empates e cinco derrotas. Fora isso, tem cinco jogadores indicados – um por posição – a melhor do torneio, além de Bié como técnico e Lino e Marcel como revelações.

É assim, bem distante de qualquer crise, que o Corinthians encara Assoeva para, enfim, chegar decidir a Liga. Após empate em 1 a 1 em Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, basta uma vitória simples aos donos da casa. O ginásio estará lotado como nos últimos anos, mas a esperança é de um desfecho diferente.

Ao contrário do que qualquer previsão em janeiro poderia indicar…