O ápice da Assoeva foi em 2017, quando conquistou o primeiro título estadual e foi vice-campeã na Liga Nacional de Futsal. Quando as lembranças vem à cabeça, tem não apenas torcedor que para, respira fundo e relembra os memoráveis jogos da equipe no Poliesportivo. Tem jogador que olha para os posters fixados no ginásio e após um instante de silêncio sai com as seguintes frases: “Que campanha foi aquela. Nossa. Um ano que a Assoeva decolou no futsal”.

Alvaro Pegoraro

Daniel recorda o quanto foi difícil em 2017 superar barreiras como a sequência de mais de dez jogos sem vencer. Depois que a Assoeva embalou, bem, daí, o poster acima conta parte da gloriosa campanha. Foto: Alvaro Pegoraro

A colocação é de Daniel Ferreira da Cruz. O Daniel, que ‘eternizou’ a camisa 13 da Assoeva, hoje está com 28 anos e é jogador do Corinthians. Ao lado da namorada e venâncio-airense Luana Silva, o carioca está prestes a ser pai de Davi Lucca (nascimento previsto para setembro).

Depois de duas semanas em solo gaúcho e a apresentação no Parque São Jorge marcada para segunda-feira, 13, Daniel antecipou a viagem de volta ao Rio de Janeiro para esta sexta-feira, 10. Ele não poderia deixar de passar no Poliesportivo para aquela tradicional resenha entre os amigos. Sentado no palco, o jogador relembrou alguns dos fatos que marcaram a campanha de 2017.

“Passamos por um período de mais de dez jogos sem vencer. O empate que conquistamos em meio a caminhada foi como uma vitória. Foi necessária a mobilização do grupo. Lembro que na época a gente falava que somente os jogadores poderiam reverter aquela situação. Quando foi dada a volta por cima, daí foi difícil segurar nosso time. A prova foi a conquista da Liga Gaúcha, toda ela na base da superação, a exemplo da chegada na final da Liga Futsal”, disse o jogador.

Olhando em direção à quadra, Daniel lembra a força do torcedor na arquibancada. “O sexto jogador foi o diferencial naquele ano. Ginásio lotado nos jogos de mata-mata da Liga Futsal. A cada fase que a gente avançava, mais e mais torcedores compareciam. O que foram públicos como contra o Magnus, nas quartas, o Marreco, na semi, e mais a decisão contra o Joinville. Nossa, só lembranças boas mesmo”, relembra. Em seguida Daniel emendou: “e quem não lembra aquela semifinal da Liga Gaúcha contra a ACBF? Torcedor pendurado na grade de proteção na decisão de vaga nos pênaltis. Foi de arrepiar”.

Contra o Joinville, na final da LNF, Daniel diz que foi um ‘pecado’ a Assoeva não chegar com o grupo inteiro. “Tivesse um período maior para a recuperação de alguns jogadores, o resultado final poderia ser outro. Fomos para uma decisão com no máximo oito jogadores e boa parte deles já no limite. Mesmo assim fizemos frente. Foram dois empates e perdemos por detalhe aquela prorrogação”, enfatiza.

Daniel frisa que o grupo tinha a consciência que se não foi possível conquistar a LNF, a Liga Gaúcha não poderia escapar. “Disputamos a final da Liga Futsal num domingo e na sexta-feira seguinte nosso time estava em quadra para a decisão do Estadual. Foi 3 a 1 no Atlântico e se o torcedor não recorda, anota aí, o Valdin abriu o marcador e eu fiz os outros dois”, disse o jogador entre risos. “Foi marcante por demais pois aquele foi meu jogo de despedida pela Assoeva aqui no caldeirão”.

Mas se tratando de despedida triunfal, Daniel relata que tinha ainda pela frente o jogo de volta, em Erechim. “Outro jogaço. Abrimos 2 a 0. O Atlântico empatou. Novamente abrimos dois gols mas no final eles nos venceram por 6 a 4. Nos pênaltis fomos 100% enquanto que o Deividi pegou a última cobrança. Show. A final foi numa quinta-feira à noite e lembro que foi festa e mais festa. Eu emendei sexta, sábado e domingo”, afirma.
Depois daquela memorável temporada que teve ainda a convocação de Daniel para a Seleção Brasileira de Futsal, o jogador se transferiu para o Corinthians.

“Já se passaram dois anos e meio e ainda não tive oportunidade de enfrentar a Assoeva aqui dentro do Poliesportivo. Quando isso acontecer, quem sabe ainda esse ano e por que não em uma final de Liga Futsal. Seria demais. Quero ser o vencedor. Independente de qualquer coisa, tenho um carinho enorme por esse clube. Fiz história aqui mas as portas sei que estão abertas. Quem sabe possa retornar um dia, vestir a amarelinha e de preferência a 13. O futuro a Deus pertence”, completa o atleta.

Título pela Seleção

O ápice de Daniel em 2017 foi a convocação para a Seleção Brasileira de Futsal. Defendendo a amarelinha, o fixo conquistou o título da Copa América. Brasil bateu a Argentina na decisão por 4 a 2. “Conquistamos naquela ocasião o titulo de forma invicta vencendo na casa da Argentina. Foi memorável”, relembra o atleta.

Daniel marcou dois gols no torneio. Um contra a Venezuela no 6 a 3 e outro na semifinal contra o Paraguai na vitória brasileira pelo escore de 5 a 2.