O esporte propicia inúmeros momentos inesquecíveis, daqueles que ficam guardados no coração, passe o tempo que for.

E neste 7 de março de 2020, o torcedor jaraguaense, mais especificamente do Jaraguá Futsal, pôde saborear um desses dias que ficará guardado para sempre na memória.

Se não bastasse a escolha pela cidade para fazer sua despedida da seleção brasileira em 2018, Falcão escreveu neste sábado mais um capítulo, talvez o último, de sua linda história construída no clube, em que viveu seu auge na carreira, encerrada oficialmente há dois anos.

Lucas Pavin

Falcão é homenageado em Jaraguá. Foto: Lucas Pavin

Foram quase 10 anos, mais de 30 títulos, muitos gols, recordes e dribles desconcertantes com a camisa aurinegra na ‘era Malwee’.

Mas se ainda faltava aquele último show para a torcida que o tanto o idolatrou, agora não falta mais.

Na Arena Jaraguá, palco que se acostumou a fazer vítimas na década passada, o maior jogador de todos os tempos da modalidade recebeu o carinho do público, que lotou o ginásio para vivenciar um momento de nostalgia, além da oportunidade de conhecer o atual elenco do Jaraguá, comandado pelo técnico Lucas Chioro.

Os fãs vibraram e encheram o coração de alegria a cada toque na bola do ex-profissional durante o amistoso contra a seleção da Guatemala.

Em quadra, Falcão não decepcionou e mostrou toda sua qualidade que o consagrou durante a rica trajetória pelo aurinegro.

Mesmo sem o mesmo físico de outrora, o eterno camisa 12 voltou a esbanjar categoria no seu último jogo pela equipe, com direito a um vasto repertório de dribles, passes e lances geniais.

Além, é claro, de mais um gol na conta pelo clube jaraguaense, este marcado no último minuto da partida.

A emoção que já era grande durante os 40 minutos só aumentou, com a mística camisa 12 sendo eternizada.

Tudo isso, com a presença de outros craques que marcaram época ao seu lado, como Chico, Junai, Marcio, técnico Fernando Ferretti e o empresário Wander Weege, responsável pela criação e manutenção do time glorioso entre 2001 e 2010.

A despedida, mesmo que nunca seja fácil, foi digna para um ícone como Falcão. A lacuna deixada por ele, não só em Jaraguá do Sul, mas no futsal brasileiro, talvez nunca será preenchida.

Mas como o próprio ídolo sempre gosta de ressaltar fora das quadras: “A história está feita e foi escrita da melhor maneira possível”.

E isso o torcedor jaraguaense pode se orgulhar em ter visto de perto o maior craque do salonismo viver seu auge e dar o adeus das quadras na cidade.

Quanto foi o jogo? Ah, 3 a 0 para o Jaraguá. Mas era o que menos importava neste sábado.

 

Boa impressão do Jaraguá versão 2020

Era um jogo festivo e com foco praticamente todo voltado para Falcão, é bem verdade.

Mas o torcedor que foi à Arena Jaraguá também pôde presenciar os atletas que terão a missão de carregar o aurinegro nas disputas da Liga Nacional, Campeonato Catarinense e Jogos Abertos de Santa Catarina.

Entre os remanescentes, estiveram em quadra João Neto, Jean Reis, Fernando, João Guilherme e Jé. Recém-chegado de viagem dos Estados Unidos, Oitomeia apenas assistiu o jogo do banco de reservas.

Já entre as caras novas, foram apresentados: os fixos Ygor Mota (ex-Copagril), Pirulito (ex-Joaçaba) e Ruan (ex-Blumenau), alas Felipe (ex-Intelli) e Cabreúva (ex-Intelli), pivô Henri (ex-São Lourenço), e o goleiro Bruno Tomaselli e ala Gustavo ‘Bebê’, promovidos da base.

O resultado pouco importava pela festa montada ao eterno camisa 12, mas isso não fez com que os atletas deixassem uma boa impressão para torcida.

Com maior ritmo de jogo, a Guatemala até assustou no início do primeiro tempo e obrigou o goleiro João Neto a fazer grandes defesas.

Mas com o passar do tempo, a qualidade prevaleceu e a equipe jaraguaense tomou as redes da partida até chegar ao primeiro gol. Aos 11 minutos, Pirulito fez ótima tabela com Ruan e chutou de bico para abrir o placar.

Os donos da casa seguiram criando inúmeras oportunidades, a maioria delas parando em grandes intervenções do goleiro adversário e outras na trave, principalmente dos pés de Falcão.

De tanto insistir, o segundo saiu quando restava apenas 30 segundos para o intervalo. Depois de lançamento de Cabreúva, Falcão deu um lindo passe de calcanhar e deixou Jé livre para ampliar.

 

Gol do rei e festa completa

Sem diminuir o ritmo, o Jaraguá continuou empilhando chances no segundo tempo. Diversos jogadores ficaram no quase, inclusive, o camisa 12 que tentava de todas as formas coroar a festa.

Em uma delas, tentou o lance clássico de bicicleta, uma de suas marcas na passagem pelo aurinegro, mas, desta vez, a bola passou triscando a trave.

Parecia que o gol não sairia. Só parecia. Faltando apenas 25 segundos, Jé sofreu falta na área e o juiz marcou pênalti.

O cobrador não poderia ser outro. Falcão foi para a bola e estufou as redes para delírio da torcida que pôde ir para casa comemorando uma noite mágica vivida na Arena Jaraguá.