Mais de 12 milhões de pessoas no Brasil foram diagnosticadas com diabetes – o país ocupa o quarto lugar do ranking mundial de países com a doença. Os dados são da Internacional Diabetes Federation (IDF).

Fraqueza, fadiga, enfraquecimento e nervosismo são alguns dos sintomas que sofre uma pessoa que tem a doença. O que pode representar uma vida menos ativa ganha novo sentido sob olhares do goleiro Lucas Oliveira, do Magnus Futsal.

Guilherme Mansueto

Lucas Oliveira tem rotina de atleta profissional e os cuidados com diabetes. Foto: Guilherme Mansueto

Diagnosticado aos 11 anos com diabetes tipo 1, o então garoto só pensava em uma coisa: seguir o sonho de jogar profissionalmente ou até mesmo apenas brincar com os amigos.

– O meu único medo era de não poder jogar bola, mas logo em seguida foi esclarecido que poderia fazer atividade física normalmente, é algo que ajuda, desde que me cuidasse. Lembro que não fiquei nem meio dia nervoso, porque só pensava em jogar bola – relembra.

Lucas Oliveira não só conseguiu ser jogador profissional como ostenta dois títulos mundiais de futsal, conquistados pelo Sorocaba em 2018 e 2019. Neste ano, o goleiro foi eleito o melhor da posição e um dos destaques da competição.

– Estou vivendo o auge da minha carreira, mas pensamos sempre em evoluir porque a cobrança é enorme. Sempre tem jogos decisivos, e se eu não for bem sabemos que o time vai ser prejudicado. Disputar um Copa do Mundo pela Seleção é o sonho de todo jogador. Tem muitos goleiros bons, mas acho que essa característica que tenho de bola parada pode me ajudar para estar lá – disse o goleiro.

Guilherme Mansueto

Lucas Oliveira foi eleito o melhor goleiro do Mundial de clubes de futsal, além de ter conquistado o título com o Magnus. Foto: Guilherme Mansueto

O sonho de defender a seleção brasileira de futsal em uma Copa do Mundo é mais um exemplo de superação que o goleiro quer dar aos portadores de diabetes.

– A doença não me impede de fazer absolutamente nada, nunca me atrapalhou dentro de quadra e fico feliz porque tento ser um exemplo para mães, crianças. Descobri muito cedo, com 11 anos. Procuro sempre conversar com o pessoal e acho muito bom ser um exemplo. A diabetes, desde que seja bem cuidada, não impede ninguém de fazer nada – explica.

“É possível jogar em alto nível, a diabetes não impede ninguém de fazer nada, só precisa cuidar. Mas esse cuidado não é muito difícil e depois de um tempo vira costume”, Lucas Oliveira.

Guilherme Mansueto

Goleiro Lucas Oliveira é um dos destaques do Magnus na temporada. Foto: Guilherme Mansueto

Lucas faz a medição da glicemia nos treinos ou até durante os jogos, tudo graças a um sensor colocado no braço, o que facilita as aferições.

– O desgaste físico é igual aos outros porque procuro deixar a glicêmia no nível certo. As medições acontecem sempre. Fazia na ponta de dedo, algo que era um pouco mais complicado por ter que ficar tirando uma gota de sangue, mas agora coloquei um sensor no braço que fica mais fácil de medir no meio do jogo ou durante o pedido de tempo. Nos treinos deixo o medidor na mesa. Aplicação de insulina depende muito da alimentação, nos jogos costumo aplicar mais porque o estresse faz com que a glicêmia aumente – conta.

Lucas Oliveira foi fundamental para a classificação do Magnus para a semifinal da Liga Nacional de Futsal (LNF). Além de fechar o gol com grandes defesas, o goleiro marcou um golaço na vitória sobre o Campo Mourão. Atual tricampeão mundial, o Magnus irá enfrentar o Joinville na semifinal da Liga Nacional, que terá Pato e Jaraguá brigando pela outra vaga na decisão do mais importante campeonato de futsal do Brasil.