O clube

02.09_acbf_2001_2É preciso quase 2,5 milhões de vezes a cidade de Carlos Barbosa para preencher a área do globo terrestre. Mas, então, com tantas ‘carlos barbosas’ por aí, o lugar deixaria de ser tão único. Pois, para se destacar da multidão, esse pedacinho da Terra encrustado na Serra Gaúcha, contou com a coragem de alguns garotos e de dois clubes coirmãos, que compraram a ideia (nem tão) maluca de um terceiro sujeito.

Como relata minuciosamente Rafael Sirangelo Eccel, no livro ACBF 35 anos – Uma Paixão que não tem fim, às 22h30 do dia 1º de março de 1976, à beira de uma mesa de vime da Lancheria Original, um garoto de vinte anos, jogador do time derrotado no Torneio Citadino, sugeriu mais uma vez, que Real e River se unissem para disputar o estadual. Este jovem era Clóvis Tramontina, e o time à ser arquitetado madrugada à dentro, a Associação Carlos Barbosa de Futsal; que extrapolou as fronteiras do município, na época com pouco mais de 13 mil habitantes e somente duas décadas de emancipação, e se tornou um dos clubes de futsal mais conhecidos do mundo.

O nome da equipe quem sugeriu foi o dono do estabelecimento, Sr. Aldo. Já as cores vieram das agremiações fundadoras, sendo branco do Real e preto do River e laranja em alusão ao selecionado holandês da Copa do Mundo de 1974, a Laranja Mecânica. Estabelecidas tais bases, os jogadores saíram pelas ruas, abordando os comerciantes com caderno em mãos, para buscar associados, que ganhavam o título com doações de qualquer espécie. Em uma semana eram 30. Tão logo em nove de maio ocorreu a estreia do clube.

De lá pra cá, os laranjas se acostumaram às conquistas e venceram inúmeros títulos. Os principais deles são:

Liga Futsal – 4 (2001/04/06/09); Copa Intercontinental de Futsal – 3 (2001/04/12); Copa Libertadores de Futsal – 4 (2002/03/10/11); Taça Brasil de Futsal – 2 (2001/09); Campeonato Gaúcho Série Ouro – 10 (1996/97/99/2002/2004/2008/09/10/12/13).

É TETRA, É TEEETRAAAA!

2001

02.09_acbf_2001_1Resumo do ano
Campeão – Carlos Barbosa
2º Ulbra; 3º Flamengo; 4º Foz Futsal
Artilheiro: 25 gols – Lenísio – Ulbra/ Chevrolet
6ª edição – 23 de março a 5 de agosto – 14 clubes – 165 jogos – 971 gols – 5,9 gols/partida.
Participantes: Banespa, Carlos Barbosa, Corinthians/Barueri, Flamengo, Malwee/Santa Catarina, Pax de Minas, Poker/Foz Futsal, Sport/Osasco, Rio Verde/Fesurv, UCS/Multisul, Uneb/DalPonte, Ulbra/Chevrolet, Vasco da Gama, Wimpro/ADCGM/Guarulhos.

2004

02.09_acbf_2004_1Resumo do ano
Campeão – Carlos Barbosa
2º Ulbra; 3º Jaraguá; 4º Atlântico
Artilheiro: 27 gols – Pablo – Carlos Barbosa
9ª edição – 20 de março a 1 de agosto – 17 clubes – 185 partidas – 1061 gols – 5,74 gols/partida.
Participantes: Palmeiras/CELG, Caldense, V&M Minas, Macaé, Tio Sam, Vasco da Gama, Atlântico, Carlos Barbosa, Universidade de Caxias do Sul/Moreflex, Ulbra, Joinville/Dalponte, Malwee/Jaraguá, AABB/Ourocap/Umbro, ADC Intelli/Penalty, Poker/Amafusa/Maringá, Banespa/São Bernardo e São Paulo/Santo André.

2006

02.09_acbf_2006_1Resumo do ano
Campeão – Carlos Barbosa
2º Jaraguá; 3º Krona; 4º Atlântico.
Artilheiro: 25 gols – Marinho – Intelli/Topper
11ª edição – 25 de março a 17 de setembro – 20 clubes – 258 partidas – 1393 gols – 5,4 gols/partida.
Participantes: Minas, Cascavel, Umuarama, Cabo Frio, Macaé, Poker/Petrópolis, Atlântico, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Cortiana/AFF, John Deere Futsal, Ulbra, Chapecó, Krona, Malwee/Jaraguá, Unisul, Banespa/São Bernardo, Intelli/Topper, São Caetano, São Paulo/Santo André.

O apito final do tri, filmado pela torcida

2009

02.09_acbf_2009_1Resumo do ano
Campeão – Carlos Barbosa
2ºJaraguá; 3º Floripa; 4º Umuarama.
Artilheiro: 32 gols – Lenísio/Falcão – Malwee
14ª edição – 04 de abril a 28 de outubro – 19 clubes – 245 partidas – 1365 gols – 5,57 gols/partida.
Participantes: São Paulo, Malwee Futsal, Umuarama, V&M Minas, Praia Clube, Krona, Intelli, Cascavel, Corinthians, Farroupilha, PEC, Vasco da Gama, Unisul, Copagril, Florianópolis Futsal, Carlos Barbosa, São Paulo RCG, Atlântico, Vitória.


Gols e momentos da final

Até hoje, ao lado do Jaraguá, a ACBF é a maior vencedora da LNF. Em 2015 eles seguem na disputa pelo caneco. Inclusive com a participação de fora das quadras com o 3 vezes campeão pelo clube, Lavoisier, goleiro que vestiu 715 vezes a camisa da ACBF e atualmente é Supervisor.

A festa do tetra 

“A cidade sempre comemora com a maior alegria os títulos, em 2009 não foi diferente. Mas os jogadores sabem que isso, de festa, é só no final. Nós sabemos as tristezas e sacrifícios até o título, então tem que aproveitar mesmo. Carro de bombeiro na rua, chop na praça. (Mas você também tomou um chopinho?) (Ele ri e diz: não, só tomo um vinho). O bacana mesmo da festa é que aproxima ainda mais do torcedor.”

Cearense de Ocara, Lavoisier saiu do estado nordestino em 1996. Viveu por cinco anos no Rio de Janeiro, passou por São Paulo e foi fixar residência no Rio Grande do Sul.

“Encontrei a tranquilidade. Aqui nasceu um dos meus filhos e todos foram criados. Fui muito bem recebido, na verdade, não só Carlos Barbosa como no estado de modo geral. Entre Canoas e Carlos Barbosa já são 14 anos. Então eu pude unir o útil ao agradável, achei um bom local, fiz uma casa. Sou mais conhecido no sul que no Ceará, então, depois de me aposentar, até pela visão dos negócios, dos contatos, além de tudo que já falei, decidi ficar”.

Título mais marcante

“A mais marcante podia ser a primeira conquista, mas 2009 supera.  Porque foi o único título em que uma equipe ganhou a final fora de casa. E foi com um gol meu ainda – e eu não fazia muitos! O Jaraguá não conseguiria mais inverter depois dele. Eles eram favoritos, porque tinham ganhado tudo no ano e ainda tinham o fator casa. Antes e depois disso ninguém ganhou um título da Liga Futsal na casa do adversário.”

1º título

“Era um grupo experiente, que tinha eu, Márcio, Fininho, Índio, Marquinhos e Vinícius. Quando entrávamos em quadra sabíamos que tínhamos poder de decisão. Mas, do outro lado, tinha o Lenísio que estava voando. Antes do jogo falamos assim: temos que parar esse cara! Daí descolamos uma confusão e deu certo. Eram 3 jogos da final e ele acabou ficando de fora. Era um baita time o da Ulbra, eram favoritos porque jogavam há muito tempo juntos.”

2º título

02.09_acbf_2006_2“O cenário se inverteu. De novo jogamos contra a Ulbra, mas eles não eram mais tão meninos e nosso time era mais jovem. Continuamos, do outro time, apenas eu e Fininho, mas o Betão, Pablo e Gabriel tinham 20 e poucos. O ponto positivo era que o time deste ano era de amigos mesmo. Compartilhávamos tudo e as coisas davam certo, tanto é que tivemos pouquíssimas derrotas. Foi um ano maravilhoso, como disse tínhamos uma relação fora de quadra muito boa.

Com o Pablo até hoje eu bato uma pelada. Mas futsal eu não jogo. Tenho alergia de luva e cotoveleira (risos)! Futsal eu não jogo mesmo, mas um society eu arrisco. Como no gol não jogo mais, corro atrás da bola lá (risos). Além do Pablo o Carlinhos também é compadre, outros ainda estão em atividade, mas tem contato…

Neste ano o Pablo jogou um absurdo. O baixinho usava da velocidade e fazia gol todo jogo. Antes das partidas já podíamos contar com um gol dele. A gente falava assim, para motivar: o Pablo mete um gol e eu não deixo entrar nada lá atrás”.

Notícia: Assessoria e Comunicação LNF
Imagens: ACBF