Jornal de Beltrão

Osmar Alves: o Marreco é a minha família e os jogadores os meus filhos. Foto: Jornal de Beltrão

Há quatro temporadas no Marreco, Osmar Alves é um dos símbolos do clube. O mordomo, natural de Videira (SC), coleciona uma trajetória repleta de reviravoltas e que contraria a lógica do esporte: de jogador de time consagrado foi para uma função pouco procurada pelos ex-atletas. Em entrevista ao Jornal de Beltrão, ele falou do passado, da relação com Francisco Beltrão e dos planos para o futuro.

Pivô “cravado”

Nascido em 14 de agosto de 1970, Osmar despontou como jogador no time da Perdigão (SC). Hoje extinto, o clube marcou época. “Tinha a base da Seleção Brasileira. Arrisco dizer que era o melhor time do mundo, com Jackson, Reinaldo e Júlio César. Tanto que a própria Seleção vinha a Videira se preparar para os jogos”, lembra.

A fase como jogador profissional terminou cedo: com 20 anos, por conta de contusão. O então pivô à moda antiga, “cravado”, ainda atuou por mais quatro anos em competições amadoras e depois pendurou de vez as chuteiras.

A mordomia

Ao decretar o adeus às quadras, seguiu na modalidade, mas não como treinador, auxiliar, preparador-físico ou dirigente – caminho escolhido por boa parte dos ex-jogadores. Osmar tornou-se mordomo: uma arte que, nas palavras dele, “exige muito amor e só deve ser exercida por quem de fato ama a função.”

Foi com Anderson Donizete, o Cocada, uma das vítimas do acidente da Chapecoense, em 2016, que Osmar aprendeu a cuidar da rouparia dos times. “Depois que parei de jogar, trabalhei por oito anos na Secretaria de Esportes de Videira. Então perdemos a eleição e comecei a acompanhar o Cocada no VEC. Um dia o substitui e logo depois ele aceitou uma proposta. Fiquei no lugar dele. Desde então, fui fazendo a carreira.”

Desde então, contam-se passagens por Caxias, Joinville, Metropolitano de Maringá, Iraty, Santa Cruz (RS) e pelo próprio União de Francisco Beltrão. Entre os feitos, ele se orgulha de ter sido o primeiro mordomo do lateral Rodinei, hoje do Flamengo.