A intensidade física de uma partida de futsal ajuda a explicar o número de alterações feitas pelos treinadores durante os jogos. Quem olha para o tempo de 40 minutos de disputa, com diversas paralizações no cronômetro, pode pensar que o atleta, teoricamente, tem mais tempo para respirar. Ledo engano, pois o ritmo é muito forte e exige mais do que se imagina. A evolução da modalidade, em outros tempos, obrigou os goleiros a aprender a jogar com os pés, por exemplo. Uma outra posição a se atualizar é a de pivô.

Sávio James

Raul é o pivô do Blumenau na temporada 2021. Foto: Sávio James

“Teve uma mudança sim com as dificuldades nos jogos. O pivô teve que ir se adaptando até porque os fixos passaram a jogar com a bola no pé e se movimentar muito pela quadra. Passamos a marcar também e fazer outras coisas para se sobressair”, observa Raul, do Blumenau. Opinião parecida ao parceiro de função, Yan, do Joaçaba.

“Quando se fala de pivô, logo pensamos naquele atleta mais forte fisicamente, mas com a evolução do jogo, velocidade e dimensões de quadra, abriu-se espaço para atletas de mais movimentação fazerem a função de pivô. Hoje, a maioria das equipes têm pivô de referência e de movimentação, pois cada um se encaixa melhor em uma determinada situação de jogo.”

Mayelle Hall

Yan começou como ala e hoje também atua como pivô no Joaçaba. Foto: Mayelle Hall

Outra peculiaridade no futsal é que ficar restrito a um comportamento específico ou a uma característica apenas é suficiente para obter performance, fora o fato de que diminui a chance de aproveitamento pelo treinador. Um jogador polivalente leva vantagem e o pivô encara as dificuldades normais pela proximidade com o gol adversário, além de, geralmente, ter pela frente os marcadores mais duros. Mas que evoluíram também.

“A evolução do pivô hoje em dia tem muito na parte da marcação para ajudar a equipe. Se movimentar bem mais do que antes. Não ser previsível por conta de os fixos também serem bem mais fortes e ágeis do que antes”, observa Bob, do São José.

Brenno Domingues

Bob é um dos pivôs do São José na temporada. Foto: Brenno Domingues

Com o crescimento das valências físicas e do conhecimento maior dos adversários, fruto da disponibilidade de acesso de conhecer o rival a enfrentar, obriga o atleta a prestar atenção não somente quando está dentro de quadra. Do banco de reservas ou analisando individualmente o marcador em vídeos, algo cada vez mais natural no esporte moderno, tudo acrescenta. São ferramentas que podem fazer a diferença, como explica Raul.

“Os times, como estão igualando na marcação, nosso maior desafio é quando a defesa marca muito os alas, o pivô tem que ter leitura de jogo e saber se posicionar, conhecer a característica do fixo que está enfrentando. Às vezes, mudar a própria característica dependendo do adversário para se adaptar ao jogo. Não é raro no futsal o atleta começar a carreira em uma função e migrar para a outra por melhor adaptação às novas condições. É o caso de Yan.

“Para mim, que sou ala de origem, sempre é desafiante enfrentar grandes fixos, a maioria de muita força física. Então tento estudar seu jogo para me beneficiar das minhas características e explorar as dificuldades do fixo.” A velocidade em quadra cresce cada vez mais e quem piscar o olho, corre o risco de perder espaço no time. “O futsal vem evoluindo e o pivô tem que acompanhar essa evolução para não se tornar previsível dentro de quadra. Com ajuda dos meus companheiros tenho tentado evoluir cada dia mais para não ficar para trás”, encerra Bob.

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