Campeão do Brasil e da América em 2013 e 14 respectivamente, o Atlântico chegou a 2015 disposto a manter a trajetória vencedora dos anos anteriores e tentar pela primeira vez se tornar campeão do Mundial de Clubes.

E de acordo com o ala Everton, jogador que marcou um dos gols da final do Mundial, diante do Kairat (Cazaquistão), naquele ano, o foco estava em um trabalho sério para tentar a conquista inédita. “Estreamos justamente contra o Kairat, que era o atual bicampeão europeu, havia vencido o Mundial no ano anterior, tinha uma ‘seleção’ como elenco e de cara já perdemos por 4 a 0. Mas sabíamos que havia sido atípico, sabíamos que tínhamos potencial, que trabalhando muito forte naquela semana, poderíamos reverter a situação e brigar pelo título”, lembra o agora atleta do Varta, da República Tcheca.

“Jogar o Mundial em casa era muita responsabilidade. Representávamos ali não somente o futsal gaúcho, mas brasileiro, sul-americano. Depois daquela derrota conversamos muito, sabíamos que nosso elenco tinha qualidade, afinal havíamos vencido a Libertadores eliminando bons adversários. Tínhamos respeito pelo que o Kairt havia conquistado, mas tínhamos que reagir. E foi o que aconteceu. Buscamos as vitórias necessárias naquela semana de fase classificatória e chegamos para a final, onde enfrentaríamos novamente a equipe européia”, recorda Everton.

“Ali seria um jogo psicológico e logo abrimos o placar justamente em cima de um erro da principal jogada deles, no goleiro linha. Final é diferente, tinha o calor da torcida, as equipes de menor potencial se equilibram com as de maior. Aquele gol foi importante, porque baixou um pouco a adrenalina deles. E depois foi uma partida muito equilibrada, com boas chances para as duas equipes”, conta Everton.

Já na prorrogação, o Galo seria campeão do Mundo em um gol a 18 segundos do final da decisão. “Naquele momento, ninguém mais queria arriscar. A chance de haver decisão em pênaltis era cada vez maior. Lembro que já no fim do jogo houve um erro de marcação, na saída de bola, eu recebi pela lateral, tive certa liberdade para avançar e chutar cruzado, buscando a segunda trave, mas ai veio o desviou do Divanei, a bola foi no ângulo e foi só festa. Indescritível, vai ficar para sempre marcado na minha vida. Foi uma das melhores sensações que já tive na minha vida profissional”, lembra o jogador.

Ele se diz feliz por ter defendido as cores do Galo. “Acredito que deixei uma boa imagem junto ao torcedor, a comunidade, a diretoria, conseguindo participar de conquistas importantes, marcando meu nome na história do Clube”, destaca. É importante lembrar que Everton fez parte também da conquista da Libertadores, em 2014.

A equipe campeã do Mundial de Clubes tinha os goleiros Rennan, Maizena e Ângelo, além de jogadores como Café, Keké, Lucas, Bagatini, Dudu, Ceccatto, Pedaleira, Tales, Gafanha, Hector, Jonathan, Camargo, Alemão e Pereira.

Hoje Everton defende o Varta onde foi campeão da Liga Tcheca na última temporada, encerrada devido a pandemia do coronavírus (Covid-19), que também atinge a Europa. Everton conta ainda, que a partir da decisão de finalizar a temporada, tem buscado garantir vôo para regressar ao Brasil, onde residem os familiares. A equipe de Everton tem vaga garantida na Liga Uefa na próxima temporada.