A cada semana, as Lives do Instagram têm revelado histórias de jogadores de futsal que dificilmente ganhariam notoriedade durante a competição. Por um motivo triste, que é a pandemia do coronavírus, algumas delas ganham espaço agora, para serem contadas. É o caso do bate papo de Sinoê com o repórter João Barreto da LNFTV nesta quinta-feira.

O pivô do Campo Mourão ainda não conheceu muito a cidade, justamente pelo isolamento social imposto pela quarentena, mas garante já ter percebido o comportamento acolhedor das pessoas. Gaúcho, natural de Capão do Leão, cidade de 30 mil habitantes, aos 36 anos espera esticar um pouco mais a carreira de início tardio.

“Fui pai aos 16 anos e tive que abandonar o futsal para trabalhar. Praticamente não tive base. Jogava em Pelotas, cidade mais próxima da minha. Jogava de final de semana para ganhar um dinheiro extra. Em um torneio entre algumas cidades me destaquei como artilheiro e um treinador de um time da série Prata me chamou para jogar. O Jarico, da ACBF, me viu jogando e me levou para ACBF, que era um sonho meu. Joguei seis temporadas em Carlos Barbosa”, recorda.

Ulisses Castro

Sinoê jogando pela ACBF. Foto: Ulisses Castro

Na serra gaúcha, Sinoê, além de realizar o sonho, conheceu uma outra realidade. Com o passar do tempo sentiu que Carlos Barbosa tem suas peculiaridades.

“Lá é um pouco diferente. A ACBF vem primeiro até do que os times de campo, como Grêmio e Inter. É uma cidade que ama futsal e tem uma camisa muito pesada, que muitos caras referência no futsal vestiram”, garante. Foi vestindo a cor laranja que atingiu o ápice da carreira.

“Em 2010 fui o artilheiro do ano com 82 gols na temporada. Só no Gaúcho foram 52 e em 2011 cheguei na seleção. No Marreco, quando voltei do Japão, embora não tenha ganho títulos, foi importante porque me trouxe de volta para o futsal do Brasil e da Seleção”, conta o pivô.

Sinoê desfrutou também do ambiente da Seleção Brasileira. Entre um chimarrão e outro, dividiu, com quem acompanhou as conversas, qual a recordação dos tempos de vestir a amarelinha.

Ricardo Artifon

Sinoê comemora gol com a camisa da Seleção Brasileira. Foto: Ricardo Artifon

“Falcão, Schumacher, Gabriel, caras que eu não imaginava estar ao lado. Eu e o Rodrigo éramos os novatos da época. Me marcou a humildade e o tratamento dos caras. Sou muito grato pelo que o esporte me proporcionou”, observa.

Enquanto a bola não volta a rolar pela LNF, ficam as reflexões e os treinos domésticos. Hora propícia para recordar seu maior jogo na competição.

“Final de 2019 contra o Jaraguá. Casa lotada, fiz gol no jogo e na prorrogação. Minha atuação foi acima da média e fomos campeões lá dentro do ginásio, com Falcão e cia em quadra”, lembra.

Na semana que vem, o convidado para a Live da LNF é o goleiro Henrique, do Tubarão.