O pivô Tiago Bolinha atuou no Marreco Futsal durante meia temporada, em 2016, mas deixou saudade para a torcida beltronense. Goleador nato, o jogador de 33 anos hoje está atuando no Tyumen, que fica na Sibéria, região mais fria da Rússia, quase na divisa com o Cazaquistão. Depois do Marreco, ele ainda jogou no Araz, do Azerbaijão, e no Norilsk Nickel, de Moscou, capital da Rússia.

Em contato com o JdeB, Bolinha contou um pouco sobre a situação do coronavírus no país: “Estamos de quarentena também, aqui as coisas aconteceram um pouco depois. Na primeira semana que o Brasil entrou em quarentena, aqui estava funcionando normalmente, a gente estava treinando normalmente, algumas equipes da Rússica, naquela semana, pararam as atividades, inclusive alguns brasileiros voltaram para o Brasil para passar por essa quarentena perto da família. Nós continuamos trabalhando e só entramos em quarentena na última sexta-feira, porque na semana passada o presidente foi à televisão e pediu para todos ficarem em casa. Os cidadãos russos obedeceram a ordem do presidente e agora estamos em casa. Sábado eu fui pras ruas e está tudo fechado, só abertos supermercados e farmácias. Aqui na Rússia a população é bem disciplinada, sempre obedece o presidente.”

O jogador diz que ainda não tem previsão de quando vão voltar as competições: “Nesta semana houve uma reunião da Liga aqui e ficou decidido que as competições iriam parar até o dia 10 de abril e, nesta data, haveria uma nova reunião para avaliar o próximo passo. Nossa equipe também iria disputar a Uefa Champions League, que seria em abril, mas foi cancelada, sem data prevista para acontecer. Pra nós, atletas, é muito difícil essa situação, a gente está fora do nosso país, muita indecisão, não se sabe o que vai acontecer. Na nossa cidade só tem dois casos confirmados. São poucos os relatos, as pessoas se cuidam bem aqui. Inclusive, eles têm algo cultural muito legal que quando uma pessoa passa mal, não vai ao hospital, pede uma ambulância, isso já acontecia antes do coronavírus. Aqui é comum você ver uma ambulância embaixo do prédio porque a pessoa passou mal, deu uma simples febre ou algo assim. Isso é positivo porque ajuda a não aumentar o contágio, o Ministério da Saúde tá pedindo pra ficar em casa.”

Saudade do Brasil
Bolinha diz que está um pouco aflito porque está longe de casa: “Estou trabalhando dentro de casa, estou me adaptando, pra não perder a forma física. Até domingo estamos parados, só aí vamos saber o que vai ser pra frente. Saudades são grandes do Brasil. A gente pede a Deus que tudo possa dar certo, que as pessoas possam se conscientizar, porque tudo aconteceu muito rápido e é difícil viver nessas condições. Não se cria um pânico tão grande como no Brasil, mas temos muito cuidado com a prevenção. Os aeroportos russos agora foram fechados, pediram para os cidadãos russos que estavam fora do país, que voltem para cá.”

Foto assessoria do clube

Tiago Bolinha vestiu a camisa do Marreco em 2016 e hoje ele é o terceiro maior artilheiro da história da Seleção do Azerbaijão. Foto: Tiago Bolinha vestiu a camisa do Marreco em 2016 e hoje ele é o terceiro maior artilheiro da história da Seleção do Azerbaijão. Mais sobre: