A concorrência com atrações da juventude e as dificuldades em atingir o alto rendimento são alguns dos obstáculos que permeiam a formação de um atleta. No futsal, não é diferente. Ainda que seja o esporte mais praticado no país, revelar talentos em quadra está longe de ser tarefa fácil. Pelo contrário, são muitas as dificuldades no caminho entre o primeiro contato com a bola e a carreira no esporte.

Quem tem a responsabilidade de participar da condução dos jovens durante o processo de amadurecimento se destaca. É o caso de dois clubes mineiros. Tradicionais na formação de talentos em modalidades diversas, Praia Clube e Minas encontram nos atuais comandantes dos times a experiência em trabalhar com esse perfil.

Cairo César

Morcego passou por todas as categorias de base do Praia Clube. Foto: Cairo César

“O Praia Clube realmente oferece uma estrutura muito boa para todas as modalidades. Nas seletivas, por exemplo, comparecem inúmeros candidatos de todas as faixas etárias. No futsal, quando selecionamos aqueles que têm potencial vemos o brilho nos olhos. Afinal, sonham em construir uma carreira na modalidade. A partir daí entra o desafio de prepararmos essas crianças a entenderem o jogo dentro e fora de quadra. Temos muito cuidado para não queimarmos etapas e não as prejudicar”, explica Marcelo Duarte, o Morcego, treinador que rodou por todas as categorias do clube até chegar ao profissional.

Na capital mineira, reside outra potência na formação de atletas. O Minas reúne diversos casos bem-sucedidos de promessas em outros esportes. No futsal, o comando do grupo está nas mãos de Peri Fuentes. Segundo ele, há inúmeros aspectos a serem observados quando a tarefa é justamente lapidar uma jovem promessa.

“O desafio é preparar o atleta dessa nova geração em todos os sentidos: tática, técnica, emocional e social. Muitas vezes os meninos são jovens e vêm de longe. Alguns, a primeira vez que saem de casa e ficam muito tempo longe dos familiares. E isso não é fácil. O que facilita é que eles passam a praticamente formar uma família. Isso ajuda a diminuir a saudade e a adaptação a uma nova cidade, novo clube e novos companheiros. Isso está relacionado à preparação dentro de quadra”, revela o treinador.

Orlando Bento

Peri Fuentes assumiu o time profissional do Minas na última temporada. Foto: Orlando Bento

A falta de competições em algumas categorias dentro de um estado do tamanho de Minas Gerais obriga, em alguns casos, o atleta a subir para o profissional sem a experiência necessária. Esse motivo é um dos que ajuda a compreender por que os elencos estão recheados de jovens. A mescla entre juventude e experiência é um dos segredos que está por trás desses dois exemplos. Os mineiros querem fazer bonito na LNF 2021.

“A expectativa é que façamos uma campanha igual ou até mesmo superar a edição de 2020. Renovamos o elenco e buscamos qualificá-lo ainda mais visando a LNF 2021. Como de praxe, a disputa será de altíssimo nível e muita parelha com a presença de várias equipes tradicionais do salonismo brasileiro. Assim, estamos nos preparando para alcançar nossos objetivos com muito comprometimento e foco” avalia Morcego. Com a responsabilidade de comandar um time que participou de todas as edições da LNF, Fuentes mantém a humildade na hora de analisar o que vem pela frente.

“Expectativa é seguir com os pés no chão e evoluir a equipe. Ano passado ficamos em 10º e saímos no mata-mata depois de três empates. O objetivo é passar mais um degrau, chegar nas quartas de final e dar sequência ao trabalho dentro de quadra e com atletas despontando. É muito bacana ver esse reconhecimento a médio e longo prazo”, encerra o técnico do Minas.

O Minas fará sua estreia na temporada 2021 da LNF contra o Tubarão, fora de casa, no sábado às 11h. Já o Praia Clube fará seu primeiro jogo exatamente contra o rival mineiro, no dia 13/05 às 19h.