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Mauro Sandri (E) e Willian representaram Jaraguá do Sul no Mundial. Foto: CBF

Eles estão de volta. Depois da primeira participação na Copa do Mundo de Futsal, o goleiro Willian Felipe Dorn e o preparador físico Mauro Sandri desembarcaram no Brasil após a conquista do terceiro lugar na Lituânia.

Na bagagem, os jaraguaenses trouxeram histórias que ficarão guardadas para sempre na memória de uma experiência única vivida em suas carreiras.

“Foi uma experiência incrível. O ambiente de Copa do Mundo é completamente diferente que qualquer outra competição. Vivenciamos por quase 60 dias o nosso esporte de forma intensa, trabalhando com atletas e profissionais do mais alto nível. Consequentemente o crescimento pessoal e profissional foram gigantes”, disse Mauro.

“Essa oportunidade de vivenciar o mundial foi espetacular, algo que nunca vivi na vida. A inserção da CBF foi fundamental. Em dois meses, tivemos uma estrutura jamais vista no futsal, desde a parte dos treinamentos no Rio de Janeiro até a Copa do Mundo”, afirmou Willian.

Cria do projeto Futsal Menor, do Colégio Evangélico Jaraguá, onde fez parte da geração mais vitoriosa da base da cidade, o goleiro de 26 anos chegou ao Mundial como opção ao titular Guitta e principal responsável pelas bolas paradas.

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Goleiro com a medalha no peito. Foto: Arquivo Pessoal

Logo no primeiro amistoso ‘pré-Copa’, já demonstrou que estava preparado para função ao pegar um pênalti decisivo contra a Polônia. Mas de forma atípica no futsal, a seleção passou todo torneio sem estourar faltas ou cometer pênalti e consequentemente sem precisar de Willian em quadra.

“Isso é muito bom por não sofrer esse perigo gol e não precisei fazer nenhuma ação. Se tivesse estaria preparado e bem tranquilo, porque treinei muito para isso”, declarou o goleiro, hoje ídolo do Joinville, clube que já defende por 10 temporadas.

Já Mauro Sandri, que tem duas passagens pelo Jaraguá Futsal, sendo a última de 2013 a 2016, fez parte da comissão técnica de Marquinhos Xavier como preparador físico e destacou toda estrutura oferecida pela CBF, que abraçou o futsal pouco antes da Copa do Mundo.

“A CBF chegou e nos concedeu a estrutura e logística que precisávamos. Isso é fantástico, porém, aconteceu muito em cima do Mundial. Sabemos que é muito difícil fazer um time campeão do mundo em 30/60 dias, então precisamos respeitar o processo”, explicou Mauro, que está no Magnus Futsal desde 2017.

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Mauro Sandri fez parte da comissão técnica da Seleção. Foto: CBF

Orgulho pelo bronze

O sonhado título mundial não veio, mas a terceira colocação foi muito valorizada pelos jaraguaenses e por todo elenco da seleção brasileira.

Muito por conta de um ciclo complicado no futsal do país, com crises políticas e financeiras, sem contar a pandemia que prejudicou a preparação.

“Claro que nosso objetivo era sermos campeões, mas estamos orgulhosos da terceira colocação. O nosso ciclo de preparação, os últimos 5 anos, foram muito difíceis, em virtude das crises políticas e financeira que a seleção brasileira passou. Entender que essa medalha de bronze não é o fim, mas sim, o começo do ciclo e da gestão da CBF com a seleção. Tenho certeza que em 2024, na próxima Copa, as coisas serão bem melhores”, destacou Mauro Sandri.

Esse é o mesmo sentimento de Willian. O goleiro vê essa Copa do Mundo como um divisor de águas para o futsal brasileiro e ainda pede melhores estruturas no país para o crescimento da modalidade.

“Esse Mundial foi um divisor de águas para o futsal brasileiro por mais que não conseguimos o título. Foi um ciclo muito quebrado por conta da pandemia e mesmo assim o Marquinhos (Xavier, técnico) se saiu muito bem nessa situação. O título esperado não veio, mas conseguimos fazer uma boa campanha mesmo com todas as dificuldades que tivemos”, disse.

“Esse é o nível (da Copa) que o futsal merece. Na Fifa e Uefa, o pessoal que joga na Europa tem essa estrutura e esperamos que o futsal brasileiro consiga buscar isso, com quadras boas e padronizadas, que é o mínimo que merecemos”, finalizou.

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Seleção voltou com o terceiro lugar do Mundial. Foto: CBF