Leia entrevista com Chico, jogador formado em Jaraguá, que atuou antes e durante todo período da Malwee 

Leia matéria completa do “História dos Campeões – Jaraguá: Uma década de ouro” 

Francisco Alberto Gonçalves de Paula, o Chico #15, já estava em Jaraguá do Sul desde 1995, quando tinha 15 anos. Por lá encontrou a mulher com se casou, fez a carreira de futebolista e agora está trilhando o caminho da administração de empresas.

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Da Breihaupt à Malwee

Ele se lembra da equipe bicampeã dos jogos abertos, em um momento anterior à Malwee, quando o time era “muito forte”, porém “no âmbito regional”. “O projeto da Malwee foi uma tremenda e desafiadora surpresa, na qual encontramos uma oportunidade de estar juntos, jogando contra jogadores como Fininho, Ortiz e Manoel Tobias, que eram ídolos dos atletas da região”, conta. Com ele estavam Xande, Leco e Junai, jogadores prata da casa.

“Eu era capitão desde a base e o Ferretti (técnico contratado pela nova patrocinadora) me manteve”, Chico recorda. “Teve o período de adaptação e fiquei algumas vezes no banco, mas encarei como um desafio e não mudei minha postura, me mantive ativo e participante mesmo sem jogar”, explica. Ele continua, “até o pessoal que veio de fora falava, como um menino que não jogou em lugar nenhum tem tanta opinião, por isso que o Ferretti também ganhou confiança em mim”. Símbolo de liderança e raça, Chico lembra que “treinava um pouco a mais que a maioria, esperando a oportunidade de ser, quem sabe, goleiro linha e sair encharcado de suor, com dois minutos de jogo”, ri ao falar.

A grande virada

24.09_campeões_jaraguá_tetra_7“A guinada da equipe para se tornar uma mistura de atletas de outras cidades e atletas formados em casa, foi no Sul-Americano (2004). Já tínhamos sido inúmeras vezes campeões, inclusive da Taça Brasil. Mas no Sul-Americano de Mar del Plata, jogamos a final contra Carlos Barbosa – que tinha acabado de ser Campeão Mundial na Espanha. Eles tinham fininho Gabriel, Lavoisier, uma equipe muito forte. Nas semifinais, o Falcão foi expulso, e ele era o grande ídolo do Brasil e nosso. Na noite anterior eu e o Leco conversamos: ‘é a nossa chance’, falamos. Era nossa oportunidade, se vencêssemos, mesmo sem o Falcão, que iria fazer uma grande falta, faríamos a vida dele um pouco mais fácil e também mostraríamos o nosso valor, que erámos esforçados e não dependíamos ‘só’ das estrelas.

Mostramos o valor de toda a equipe. Conquistamos, dali em diante, inúmeros títulos, todos os atletas ganharam confiança e respeito nacional e internacional. Provamos ser uma equipe forte independente do adversário. Mesmo com jogadores de seleção, provamos que podíamos conquistar as coisas com a nossa base. Então eu, Leco e Valdin tivemos chance na seleção. “

Momento marcante

24.09_campeões_jaraguá_tetra_5“Em 2010, porque sabíamos que a equipe ia acabar. Então foi algo do fundo do coração de todos, nos abraçávamos e passava aquela energia; como foi maravilhoso passar todos esses anos juntos. Ali era o fim para mim. Eu já era formado em administração de empresas e fazendo MBA e sabia que aquilo era o fim. Foi especial, emocionante, até arrepia. Além de todas pessoas, que foram extremamente importante, como o Ferretti, que foi grande pai que eu tive nestes anos. Tem foto eu Tiago, Leco, Valdin, Falcão, abraçados, ajoelhados juntos, parece que foi ensaiado, mas foi o espírito do momento. 

Saímos realizados, marcamos a história de Jaraguá.”

Vida pessoal

“Depois da Malwee acabei jogando um ano em Joinville, com a Krona. Mas o contrato era certo, com o fim da temporada eu não jogaria mais. O time foi mal o ano todo, éramos pra cair cedo na Taça Brasil, mas vencemos Carlos Barbosa, Corinthians, Minas. Fomos ganhando força, até que chegamos à final. Eu estava como capitão. Conseguimos arrancar um empate e levar até a prorrogação. Como eu era capitão fiquei escalado para bater o último pênalti. Foi meu último toque na bola como profissional. Bati o pênalti, marquei, ficamos campeões e até hoje é o único título nacional da Krona.

Hoje acordo 5, 5 e 20 da manhã, pra dar uma corridinha e venho pra empresa trabalhar. Agora não tenho nem mais força pra jogar, porque me realizei em tudo que fiz. Jogo uma partida por ano. O que tinha para jogar, joguei, dei meu melhor, sofri e comemorei muito. Eu não tenho necessidade de jogar bola, me tornei empresário, sem saudosismo.”

Estruturando vitórias
Leia entrevista com Kleber Rangel, supervisor do futsal de 2002 a 2010 e de 2014 em diante.

Notícia: Assessoria e Comunicação LNF
Imagens: Jaraguá Futsal