Em 2012, ano da última Copa do Mundo Fifa, apenas um jogador brasileiro teve a honra de saborear as duas maiores conquistas do futsal na mesma temporada. Vencedor da Copa Intercontinental daquele ano, Rodrigo escrevia o seu nome na história ao conquistar também o Mundial da Tailândia com a seleção brasileira. Por coincidência do destino, o “Torpedo Humano” tem a chance de repetir a dobradinha em 2016. Vencedor da Copa Intercontinental com o Sorocaba, em junho, o fixo integra a seleção que tenta o octacampeonato mundial a partir do dia 11 de setembro, na Colômbia.

– Saber que posso entrar na história do esporte que pratico é sensacional. Para mim, ser bicampeão mundial de clubes e de seleção seria um sonho realizado, na verdade nem nos melhores pensamentos ou sonhos eu poderia imaginar que passaria por isso – disse Rodrigo, que treina com o restante da seleção em Francisco Beltrão, interior do Paraná.

Nascido em Campinas (SP), Rodrigo chegou ao Carlos Barbosa em 2009 depois de um início de carreira discreto no futsal paulista. No clube gaúcho, viveu o seu auge em 2012, quando liderou a equipe na conquista da Copa Intercontinental, realizada na própria Carlos Barbosa (RS). A boa atuação no Mundial Interclubes rendeu ao fixo a convocação para a Copa do Mundo Fifa, no fim daquele ano, na Tailândia.

No Mundial 2012, Rodrigo atuou em todas as sete partidas do Brasil e marcou quatro gols. Na final contra a Espanha, o “Torpedo Humano”, inclusive, esteve perto de fazer o gol do título, quando o árbitro marcou tiro livre direto para a seleção brasileira no fim da prorrogação com o jogo empatado em 2 a 2. No entanto, a cobrança do defensor foi em cima do goleiro Juanjo, que conseguiu salvar com o pé. O gol salvador de Neto a 13 segundos do fim, porém, aliviou a barra do defensor, que pôde saborear a primeira Copa do Mundo da carreira.

– Essas coisas fazem parte do esporte. Na hora nem temos como ficar lamentando, porque o jogo continua e você tem que estar preparado para a próxima bola. Naquele momento, o jogo estava indo para os pênaltis ainda, e eu estava na lista dos cinco para bater primeiro. Foi quando saiu o gol que nos deu o título. Depois, quando a adrenalina baixou, fiquei pensando que poderia ter batido daquele ou de outro jeito, mas o futsal é assim, emocionante a cada segundo – destacou.

Integrante da equipe que conquistou o título das Eliminatórias, em fevereiro, em Assunção, Rodrigo reconhece que a seleção chega para o Mundial sem ter realizado a preparação ideal por conta dos problemas administrativos da CBFS e do longo período sem atividades nos últimos dois anos. Contudo, o fixo está confiante na conquista do Mundial, apostando na tradição do futsal brasileiro e no talento individual dos jogadores canarinhos.

–  A preparação da seleção sabemos que não foi a melhor. Passamos quatro anos turbulentos, difíceis para o nosso esporte politicamente e administrativamente, isso fez com que não tivéssemos grandes testes, porém fizemos uma grande Eliminatória e estamos treinando forte aqui no Paraná. Vamos focados e preparados para a Colômbia, nosso grupo é muito forte e todos estão centrados no mesmo objetivo: o título – finalizou.

O Brasil está no grupo D do Mundial ao lado de Ucrânia, Moçambique e Austrália. A estreia será contra os ucranianos em Bucaramanga, no dia 11 de setembro, com transmissão ao vivo do SporTV a partir das 20h (de Brasília).