Aos 31 anos, você é convocado pela primeira vez para a seleção brasileira de futsal. Logo no seu primeiro jogo, dividindo a quadra com atletas como o craque Falcão, o goleiro Tiago, você faz um gol. O jogo é apertado e este gol dá a vitória para a seleção brasileira. Conseguiria explicar a sensação? O pivô Daniel Alves, que viveu esta situação na vitória do Brasil por 1 a 0 sobre o Uruguai em Uberaba, Minas Gerais, no Desafio Sul-Americano de Futsal, não soube. Até porque ele nem imaginava que pudesse ocorrer algo do tipo. Xará do craque da Seleção de futebol, o pivô espera que o gol abra as portas para que consiga, nas contas dele, fazer ao menos 5% do que o lateral-direito do PSG fez pelo Brasil no futebol.

Ricardo Artifon
Daniel Alves classificou o tento marcado no Uruguai como um “gol gostoso de se marcar”: teve só que empurrar a bola para o fundo das redes. O pivô do Jaraguá diz que gosta de se colocar bem dentro da área quando surgem as jogadas individuais dos companheiros. Mas o contexto também ajuda. Também estreando pela seleção, o pivô fica feliz em poder pegar um pouco do holofote que estava em cima do craque Falcão, que retornava ao Brasil, e de Marquinhos Xavier, novo comandante da seleção.

– Um gol importante. Um gol, eu diria, inexplicável para mim: estreante na seleção, na noite da volta do Falcão, da estreia do Marquinhos Xavier. Era uma estreia minha também. Claro que muito menos alarmada, até porque os nomes são muito maiores. O Falcão mais de 240 jogos pela seleção, uma história belíssima. O Marquinhos com o trabalho que vem fazendo no Carlos Barbosa teve esta oportunidade. E fico feliz de estar aqui nesta noite para participar, ser efetivo – disse.Nem mesmo nos melhores roteiros, Daniel Alves imaginaria uma noite de estreia na seleção com o gol da vitória. Como ocorreu, que sirva para abrir as portas até o Mundial de 2020.

– Uma vitória com um gol meu, feliz demais por esta estreia. Como diria: inimaginável. Espero que isso some mais na frente após estes dias com a seleção e que eu possa, nestes 12 dias, fazer melhor ainda, ter uma participação legal na seleção e que depois disso continue no clube para voltar mais vezes – afirmou.

Não tem como fugir das comparações quando fala no nome dele. Xará do lateral-direito Daniel Alves, que atualmente joga no PSG, o pivô quer ter de semelhante, além do nome, o histórico do jogador, que também tem passagem por Barcelona e Juventus, com a camisa da Seleção Brasileira.

– É normal, sempre comentam isso (risos). Se eu fizer 5% ou até 10% do que o Daniel Alves do futebol de campo fez com a camisa da Seleção, está ótimo para mim – concluiu.

Ricardo Artifon

No próximo domingo, o pivô vai ter a chance de escrever mais um capítulo desta história. Brasil e Uruguai voltam a se enfrentar em Uberaba, às 10h, com transmissão ao vivo da TV Globo dentro da programação do Esporte Espetacular.