Craque do Barcelona, ídolo da torcida, artilheiro e vestindo a camisa 11 do clube catalão. Até pouco tempo atrás, tudo isso serviria para falar sobre Neymar. Mas, hoje, é um outro brasileiro que se encaixa exatamente nessa descrição: Ferrão, pivô da equipe de futsal do Barça. Por lá, ele já tem feito nas quadras o que o astro fez nos campos. Agora, sonha em repetir o caminho do ídolo na seleção brasileira.

Aos 27 anos, Ferrão é um dos destaques da equipe, que está disputando o Grand Prix, em Brusque, principal competição do Brasil nesta temporada. Diante das semelhanças, ele não nega ter o craque, hoje no Paris Saint Germain, como uma inspiração. Inclusive no número da camisa na Espanha.

Ricardo Artifon

Ferrão também deixou o dele. Foto: Ricardo Artifon

– É o que procuro, deixar meu máximo o tempo todo. Para tentar fazer uma história bonita, como ele (Neymar) já vem trilhando, apesar de ser jovem ainda, mas vem fazendo uma carreira brilhante e espero deixar o mesmo legado que ele – disse, ao GloboEsporte.com.

– Quando cheguei ao Barcelona, jogava com a 14, a 11 estava sendo usada. Mas esperei a oportunidade, foi a camisa que sempre joguei. E ainda mais o Neymar que usava essa camisa lá… Tê-lo como referência é algo espetacular.

Ferrão chegou ao Barcelona em 2015. De lá para cá se firmou como um dos melhores pivôs do mundo. Foi artilheiro da última Liga Espanhola, com 37 gols, e briga novamente por este posto na atual temporada. Cobiçado por outros clubes, renovou seu contrato recentemente, até 2021. Hoje, é um dos principais jogadores do time e ídolo dos torcedores.

– Passei por um processo de adaptação desde que cheguei lá. Mas vim conquistando o carinho de todos. Poder representar o maior clube do mundo, a nível de futsal, futebol de campo, e de clube em geral, é algo que não tem preço. Poder estar ao lado de craques do futebol, e também do time que temos no futsal, de brigar sempre por títulos, é sensacional. Estar lá e ainda jogar na seleção brasileira, não poderia escrever minha história de forma diferente – analisou ele, que disse ter contato frequente com os brasileiros que atuam na equipe de campo do clube catalão.

A história de Ferrão com a camisa da seleção brasileira ainda é tímida perto dos feitos no Barça. O Grand Prix pode começar a mudar essa história. E, mesmo com as poucas oportunidades, sobretudo por conta da dificuldade em reunir os atletas que atuam na Europa, ele se diz realizado por representar o Brasil.

– Jogar na seleção sem dúvida é um sonho desde criança. Todo jogador almeja isso, representar o Brasil. Para mim é algo sensacional, não tenho como descrever. É normal ter menos oportunidades por estar fora, mas quando tenho a chance de vir aqui e representar o Brasil é espetacular. É a melhor seleção do mundo e para mim é muito especial.

Mais especial ainda, para ele, é poder jogar pelo Brasil praticamente em casa. Natural de Chapecó, que assim como Brusque fica no interior de Santa Catarina, a felicidade se multiplica por poder jogar perto da família.

– Estava falando com o pessoal que representar a Seleção é o topo para qualquer jogador, poder jogar em casa, perto da família, todo mundo podendo me acompanhar, é algo que não tenho como descrever – completou.

Ferrão marcou um dos gols do Brasil na vitória por 10 a 1 sobre o Uruguai, na estreia. E tornou a marcar contra a Costa Rica, quando o Brasil venceu por 6 a 1. Nesta quinta, o time canarinho encara a Bélgica, às 19h15, pela terceira rodada – o SporTV2 transmite.