Bruno Henrique acaba de trocar o Corinthians pelo Palermo. Não se trata, porém, do primeiro membro da família Corsini a ir do Brasil para a Itália pelos caminhos da bola. Em 2001, o irmão do meio-campista, Douglas, fez a mesma viagem, no futsal, em uma história que completa exatos 15 anos no próximo dia 11 de setembro.

Arquivo pessoal

Irmãos seguiram a mesma profissão

A data da viagem, no mesmo dia do atentado às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, é emblemática, mas não foi o episódio mais traumático da carreira do fixo, atualmente com 34 anos. Em 2008, Douglas Corsini foi convocado para defender a Itália na Copa do Mundo de futsal, viajou para o Brasil, país-sede, mas acabou cortado.

Na verdade, não foi tão simples assim. “Me acordaram, falaram que eu tinha sido cortado e me mandaram para o aeroporto”, relembrou Corsini, ao ESPN.com.br. “O voo já estava comprado. Não quis bater de frente. Peguei minhas malas e vim embora. Depois que fui descobrir todo o rolo que deu”, acrescentou.

O “rolo” a que Corsini se refere é, talvez, um dos maiores escândalos do futsal europeu. Rendeu investigação policial na Itália e suspensões para integrantes da comissão técnica. O corte do fixo brasileiro foi forjado, com base em exames médicos falsos, que atestavam que ele sofria de insuficiência renal, doença que nunca teve.

“Não fiz exame nenhum. Voltei para Itália e depois descobri que tinham falsificado”, relata o jogador, que, para ter sido cortado às vésperas do início do Mundial, como aconteceu, precisava ter sofrido alguma lesão grave, segundo o regulamento da Fifa – para seu lugar, foi chamado o também brasileiro Jocimar Jubanski.

O escândalo só estourou depois do Mundial, que teve a Itália na terceira colocação, e o Brasil campeão. Em 2009, a Federação Italiana, que é a mesma para o campo e o salão, anunciou a suspensão de 22 meses para o ex-técnico Alessandro Nuccorini, e um ano para o então médico da equipe Walter Sacco. Foram as únicas punições do caso.

Corsini, que nem gosta de relembrar do episódio, disse que tentou levar o caso adiante na Justiça, mas, oito anos após o ocorrido, apenas aguarda que a ação “caduque”. Sem nunca ter entendido o que esteve por trás do corte, o fixo nunca mais foi convocado para a seleção italiana, mas segue atuando em alto nível na liga local.

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Atleta segue jogando na Itália, mas não voltou à seleção

O fixo defende atualmente o Real Rieti – time que é vice-campeão da liga italiana de futsal e disputará a Champions League desta temporada – e promete jogar “até quando as pernas aguentarem”. Sem ele, a Itália disputa o Mundial de futsal de 2016, na Colômbia, que tem início a partir do próximo sábado.