A fala lúcida e a clareza nos pensamentos ajudam a compreender o porquê da identificação de Bruno Souza com a ACBF. Na tranquila cidade de Carlos Barbosa casou, teve filho e encontrou a tranquilidade para constituir família e absorver os conceitos que o clube procura passar além da quadra. Aos 36 anos de idade, o pernambucano de Recife conversou com o repórter João Barreto, da LNFTV e TV NSports, em live no Instagram.

Ulisses Castro

Bruno Souza é capitão da ACBF. Foto: Ulisses Castro

“É um clube que exige do atleta questões de comportamento dentro e fora de quadra. Aqui tem um charme diferente. Tenho amigos que encerraram a carreira sem jogar na ACBF e lamentam por isso”, revela o ala que se prepara para a chegada de mais um rigoroso inverno na serra gaúcha. “Chimarrão não tem chance. Procuro outras maneiras de me esquentar. Tenho identificação com estado e a cidade de Carlos Barbosa. Até hoje sofro com o frio, mas nordestino não se acostuma, suporta. Essa é a maior dificuldade” explica.

Bruno deixou Recife em 2002 para iniciar a carreira na ACBF. De lá para cá são 18 anos de carreira, 13 deles em solo gaúcho: além dos oito em Carlos Barbosa, foram quatro pela Ulbra e um pela Assoeva. São seis finais de LNF disputadas e quatro títulos. Questionado qual o ponto máximo da carreira, mostra uma resposta que transcende a medalha no peito.

“Todos os títulos são importantes, mas o que mais me deixou feliz é defender oito anos o clube mais tradicional no futsal brasileiro. Esse é o momento que todos buscam. A trajetória para chegar à final tem que dar tudo certo. Ganhar ou não é consequência. Equipe de ponta tem que estar nas finais”, observa.

Enquanto aproveita a quarentena para retomar a faculdade de educação física e seguir os treinos recomendados pela comissão técnica do clube, Bruno curte a vida caseira, o tempo para assistir filmes no Netflix e pensar na carreira, como ele mesmo admite, mais perto do fim do que do começo.

“Se eu for continuar no futsal, queria trabalhar na base. Ali se lida com sonhos de crianças e adolescentes que sonham virar profissional. Juntando tudo o que vivenciei a partir de um ângulo de coordenador por exemplo, posso agregar”, garante.

Divulgação

Bruno Souza foi campeão da Liga Futsal em 2011, jogando pelo Santos. Foto: Divulgação

Com mais tempo do que o normal na rotina de atleta de alto rendimento, Bruno também olha para trás ao analisar qual o jogo mais marcante de sua carreira. Seria lógico, depois de tantos elogios a ACBF, escolher um pelo time gaúcho. Entretanto, curiosamente, a lembrança é de 2011, quando ele vestia branco e preto, e não o tradicional laranja.

“A final Santos x ACBF. Foi a única final de Liga decidida nos pênaltis. E eu fui um dos que tive que bater. Até hoje, quando mostro para o meu filho as imagens, minha mão começa a suar. O estado de São Paulo não tinha título na LNF e o Santos em 2011 entrou para a história”, recorda” o nordestino mais gaúcho da LNF.

Semana que vem o convidado da Live do Instagram da LNF serão pivô Deives, papa títulos do Corinthians.