Thaís Magalhães

Brasil x República Tcheca pela Copa do Mundo de Futsal da Lituânia. Foto: Thaís Magalhães

Cada gol conta uma história diferente. Mas pela Seleção Brasileira de Futsal 100 delas têm um mesmo protagonista: Rodrigo. O capitão do Brasil na Copa do Mundo marcou seu gol de número 100 vestindo a Amarelinha, na vitória do Brasil diante da República Tcheca, nesta quinta-feira (16), pela segunda rodada do Grupo D.

“Marcar o nome na Seleção Brasileira é fora do comum. A gente sonha em chegar aqui, mas não sonha com isso, sou um zagueiro teoricamente, fazer tantos gols assim, e hoje a voz até embarga um pouco, porque o futsal é uma luta intensa. Eu com 20 anos trabalhava em um escritório de contabilidade e com 37 sou o capitão da Seleção Brasileira. Então, às vezes as pessoas me perguntam: “Rodrigo, já é tarde?” Não é, nunca é tarde para você sonhar. E hoje eu completo 100 gols, 100 gols mostrando o dia, a hora, o que é importante, porque não foi uma coisa achada, foi uma coisa conquistada. Estou muito feliz e só tenho a agradecer o carinho, essa camisa vai ficar para os netos verem, para todo mundo ver”, celebrou o fixo.

Tudo começou no dia 12 de setembro de 2011. Diante do Chile, em confronto válido pela Copa América, Rodrigo balançou as redes pela primeira vez defendendo a Seleção Brasileira. Pouco mais de dez anos depois, o fixo alcançou o feito histórico no melhor estilo “torpedo humano”, apelido do capitão, que tem a força como marca registrada das suas finalizações.

Contra a República Tcheca, em um bomba de perna direita, o camisa 14 marcou o terceiro gol da goleada brasileira. O triunfo colocou a Canarinho nas oitavas de final da Copa do Mundo. E cada vez mais perto do adeus, o craque da Seleção só tem uma coisa na cabeça:

“Eu vou dar a minha vida para conquistar esse título”

“Penso em levantar a taça. É meu sonho, eu trabalhei muito para chegar aqui e levantar a taça. Com 37 anos você passa para aquela contagem não de mais um, mas de menos um. E eu estou vivendo isso intensamente. Brinco com os meninos no hotel, tento me divertir com eles. Eu vou dar a minha vida para conquistar esse título. O futsal vive um momento muito importante, que é antes e depois da CBF. E eu tenho certeza que fiz de tudo para acontecer isso. Então, não somos só nós que estamos aqui, o futsal em si vai mudar muito depois desse mundial”, analisou o jogador.

Além de colocar a bola na rede, Rodrigo também é um dos líderes do time fora das quatro linhas. Mais experiente do plantel brasileira, o “capita” usa toda a sua bagagem para ajudar os mais novos do grupo.

“É difícil jogar um Mundial, ter a responsabilidade de defender sua nação, ainda mais a Seleção Brasileira. Então, eu tento ao máximo deixar eles leves. A gente fazendo gol dá uma tranquilidade maior para o time também. O Ferrão vivendo um momento brilhante. É a gente ter calma. Todo mundo aqui é líder. A gente tem que tratar todo mundo igual. E acho que a partir desse momento todo mundo entende o Rodrigo, o capitão e a palavra que eu quero dar”, encerrou.

Campeão do mundo em 2012, o fixo quer ampliar sua coleção de títulos pela Canarinho, com a conquista do hexa. No currículo, o camisa 14 tem, além da Copa do Mundo da Tailândia, cinco Grand Prix (2011, 2013, 2014, 2015 e 2018), uma Copa América (2011), um Circuito Sul-Americano (2012) e uma Eliminatórias (2016).

Thaís Magalhães

Rodrigo Capita chega a marca de 100 gols pela Seleção Brasileira de Futsal. Foto: Thaís Magalhães