Atletas jovens compõem boa parte dos elencos dos 23 times que vão disputar a LNF 2021. Lidar com uma faixa etária com energia reprimida, em tempos pandêmicos, passa a ser um desafio a mais de quem tem a responsabilidade de ser a bússola dentro de um vestiário. A proximidade com o retorno dos jogos – em algumas regiões os estaduais já iniciaram – de alguma maneira libera a energia acumulada, mas enquanto a realidade segue distante do antigo normal, o melhor é ouvir a sabedoria de quem está encontrando alternativas para o cenário que se avizinha com o início da LNF.

Luan Amaral

Cidão é o novo treinador do Santo André Intelli. Foto: Luan Amaral

“Claro que não é nos moldes do que seria normalmente e nunca será, mas no período de paralização das atividades, fizemos um trabalho online e estamos executando dentro dos limites da pandemia e dos protocolos os trabalhos que nos propusemos. Há de se compreender o momento, e os treinos estão sendo bons com a colaboração do elenco”, afirma Cidão, treinador que volta a atuar na função.

Depois de quatro temporadas como dirigente, o experiente treinador de 57 anos de idade, volta a assumir o comando técnico do Santo André Intelli assim que for liberado para trabalhar, pois ele faz parte do grupo de risco e ainda não teve contato direto com os atletas. Por enquanto, tem conversado com o treinador do Sub-20, que orienta os treinos. Com a mesma idade de Cidão, mas já trabalhando intensamente desde que trocou de clube, Sérgio Lacerda tem, no Tubarão, um novo desafio para a temporada.

João Duarte

Lacerda assumiu o Tubarão nesta temporada. Foto: João Duarte

“Estamos conseguindo felizmente trabalhar e treinar com e sem bola. O problema é o direcionamento, o foco de treino em relação a jogo. Por mais que tu tentes passar determinação para o atleta no treinamento e ele interaja, perde um pouco esse detalhe”. Tanto Lacerda quanto Cidão têm duas taças da LNF no currículo. O paulista de Orlândia, pela Intelli, e o catarinense de Florianópolis, pelo Pato. Os dois experientes treinadores têm consciência do que vem pela frente assim que a bola rolar.

“Salvo engano essa será minha 18ª LNF. Aceitei o desafio e o frio na barriga nunca vai passar. Espero conseguir colaborar com a parceria e tirar o máximo do coletivo. Quero ir para a quadra logo e fazer um bom trabalho”, diz Cidão. “Primeiramente ter regularidade de jogo na primeira fase. Trabalhamos para primeiro classificar e que essa regularidade vai transformar a equipe em momentos decisivos em um time forte para as situações de finais de Liga”, completa Lacerda.

Sem os títulos dos colegas, mas com bagagem de mais de uma década no Cascavel e indo para a terceira temporada à frente do Umuarama, Nei Vitor, não menos rodado aos 65 anos, lamenta as dificuldades encontradas, mas comemora o início do regional.

Diego Ianesko

Nei Vitor está na terceira temporada a frente do Umuarama. Foto: Diego Ianesko

“A preparação do time foi muito complicada até o momento, uma vez que em Umuarama foram fechados e abertos os treinamentos por várias vezes e proibido também disputar jogos preparatórios. Muitos treinos foram feitos em casa, mas agora está liberado. Com início do Campeonato Paranaense, usaremos estes jogos para acertar time até estreia na Liga”, que espera esse ano ter melhor sorte do que 2020: “Expectativa sempre é conseguir primeiro avançar de fase e brigar no mata-mata para tentar chegar mais longe que 2020, chave muito forte onde caímos na primeira fase, mas vamos à luta.”

A LNF 2021 voltará assim que todas as exigências de governo e órgãos sanitários forem atendidas. A organização da competição põe em primeiro lugar a saúde de todos.