Oliver Hardt FIFA

Marquinhos Xavier Brasil x Japão Mundial de Futsal. Foto: Oliver Hardt FIFA

A dramática classificação diante do Japão nas oitavas de final do Mundial da Lituânia fez o técnico Marquinhos Xavier ligar a luz para um grave problema do futsal brasileiro. Por conta do ciclo conturbado com poucos jogos e competições nos últimos anos, a seleção chegou para a Copa do Mundo em desvantagem na parte coletiva.

Marquinhos agora terá dois dias para preparar o Brasil para a partida contra o Marrocos pelas quartas de final. O duelo acontece no domingo às 10h, na cidade de Vilnius, com transmissão ao vivo da Globo, SporTV e tempo real no ge.

– O Brasil precisa entender o recado, de que sem organização, sem estrutura e sem trabalho, nós vamos sofrer muito. Então estamos tentando quebrar todos esses tabus – resumiu o treinador.

De fato, o futsal brasileiro viveu anos conturbados desde a conquista do Mundial de 2012, na Tailândia. Em 2013, após um rápido período comandada pelo carioca Ney Pereira, a seleção viveu vários meses de boicote dos jogadores por divergências contra a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS). Restaurada a “paz” entre jogadores e dirigentes, o Brasil seguiu com problemas até o Mundial de 2016, na Colômbia, quando o país amargou a sua pior campanha em Copas do Mundo ao cair diante do Irã nas oitavas de final.

Em 2017, já início do ciclo atual, a seleção experimentou o primeiro contato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) através de uma parceria entre a entidade e a CBFS. Sob o comando de PC Oliveira, o país chegou a conquistar a Copa América daquele ano em uma final diante da Argentina. Contudo, a gestão dividida durou apenas alguns meses.

Marquinhos assumiu a seleção em 2017

Ainda em 2017, Marquinhos Xavier foi contratado para dirigir a seleção. Mesmo com os quatro anos no cargo, o treinador teve muitas dificuldades para realizar o seu trabalho em função da crise financeira da CBFS, que resultou em poucos jogos e menos competições em comparação às demais seleções.

Em abril deste ano, porém, a CBF assumiu a gestão da seleção dando todo o suporte na preparação da equipe para o Mundial de Lituânia. Apesar da boa estrutura, os percalços vividos nos últimos anos acabam refletindo em quadra.

Oliver Hardt/FIFA

Pito e Ferrão comemoram um dos gols sobre o Japão. Foto: Oliver Hardt/FIFA

– O Japão, mesmo sendo uma seleção que ainda não teve uma conquista mundial, se encontra muito regularmente e roda seus 20 e poucos jogadores. A nossa dificuldade sempre foi organizar os nossos jogadores dentro de uma estrutura. Hoje aqui foi uma luta não só contra a seleção japonesa, foi uma luta contra uma escola. É possível sim que o Brasil faça um trabalho coletivo, estruturado e organizado para vir brigar com todas as forças mundiais. Esse é um dos nossos desafios aqui – disse Marquinhos.

O treinador brasileiro também ressaltou a questão emocional. Para Marquinhos, a classificação às quartas de final pode ter virado definitivamente a página da frustração com a eliminação para o Irã nas oitavas em 2016.

– Passar dessa fase era também uma questão emocional, porque o nosso país sofreu muito em 2016. E a gente está aqui representando também aqueles que foram eliminados em 2016, que deram o seu melhor, mas às vezes a gente paga o preço por tudo o que acontece fora da quadra – destacou.

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Brasil caiu diante do Irã nas oitavas de final em. Foto: Getty Images FIFA

As oitavas de final do Mundial da Lituânia seguem nesta sexta-feira com mais três jogos. Às 11h30, jogam Uzbequistão x Irã com transmissão ao vivo do SporTV2. Às 14h, com exibição no mesmo canal, jogam Rússia x República Tcheca. Por fim, também às 14h, Portugal e Sérvia fazem o derradeiro confronto das oitavas.