Adolfo Pegoraro

Rafael Carlos Anastácio, o Melão, 37 anos, é casado com uma beltronense, a Bruna, e já se considera atleta da casa. Foto: Adolfo Pegoraro

Com 37 anos de idade, o goleiro Melão é o mais experiente da equipe do Marreco em 2021. Também era no ano passado, pois a equipe de Francisco Beltrão tinha uma média de idades ainda menor entre os atletas. Rafael Carlos Anastácio, o Melão, é natural de Capivari (SP), e tem passagens por clubes como A.D Wimpro Guarulhos (SP), Barueri (SP), Intelli (SP), Três Coroas (RS), Palmeiras (SP), Fundação Jorge Antunes (Portugal), São José dos Campos (SP), São Paulo (SP), Itapeva (SP), Indaiatuba(SP), Jales (SP), Grêmio Pague Menos (CE) e Dois Vizinhos (PR). Ele está muito otimista para a temporada 2021 no Marreco Futsal. A equipe se apresenta no dia 28 de janeiro para o início da pré-temporada. Melão acredita que a concorrência sadia com os goleiros Carlos e Alê Falcone vai fazer do Marreco um dos times mais bem servidos nesta posição.

 Como está a expectativa para a temporada 2021?

Melão – A gente já recebeu desde o dia 3 de janeiro uma programação de férias do professor Ronaldo Germano (preparador físico do Marreco), trabalho de academia e corrida. Aí a gente se apresenta dia 28 não tão abaixo da nossa forma física. Ele disse que é férias, mas a gente não pode relaxar, que a gente precisa muito do nosso corpo, o nosso corpo é a nossa máquina de trabalho, então a gente vem fazendo esse trabalho, também com a orientação do técnico Serginho Schiochet (treinador do Marreco). A expectativa é muito grande para que esse ano seja de muitas vitórias e, se Deus quiser, de títulos.

Você acha que 45 dias é um período adequado de pré-temporada antes do início dos jogos?

A gente se apresenta dia 28 de janeiro para fazer as avaliações, mas os treinos mesmo começam dia 1º de fevereiro. Eu acho que é um período legal porque a gente já está se cuidando em casa. E com o trabalho do Barbosa (treinador de goleiros), Ronaldo e Serginho, vamos estar bem preparados para o início das competições, já que a Série Ouro do Paranaense começa no dia 13 de março. É normal ganhar o ritmo de jogo nas primeiras rodadas das competições, mas até o início da Liga Nacional já vamos estar 100%.

Como você avalia essa competitividade entre os goleiros do Marreco?

O Barbosa é um grande treinador de goleiros, um grande profissional, tem história no futsal, evoluí muito trabalhando com ele ano passado. Saiu o BigDia, que era um grande goleiro, especialista em bolas paradas, pênaltis e tiro livres, mas chegou o Alê Falcone, que tem um grande nome no futsal brasileiro. O Carlos é um menino novo, tem um futuro muito bom pela frente. Acho que vai ser uma competição sadia entre os goleiros e quem mais vai ganhar com isso é o Marreco Futsal, que vai estar bem servido sempre.

Você já tinha trabalhado junto com o Alê Falcone?

Não, mas eu tenho uma história curiosa com ele, que eu joguei com o irmão dele, o Bruno, a gente foi campeão do Brasileiro de Seleções, jogando por São Paulo, numa competição que aconteceu em Goiás, em 2002. Depois eu fui pro São Paulo e o Alê foi pro mesmo clube, mas era sub-20 ainda, então não chegamos a trabalhar juntos. Mas vai ser um gande prazer reencontrar ele, tenho uma grande admiração pelo trabalho dele, pelo irmão dele também.

Como é a sua história no futsal até chegar no Paraná?

A gente foi campeão do Paulista pela Wimpro, de Guarulhos, que era um time referência em São Paulo, também o Metropolitano, campeão sub-20 do Brasileiro de Seleções. Depois fui jogar no Barueri, um time muito forte, já fui trabalhar com Simi, o goleiro Tiago, Cabreúva, Paulinho Japonês, entre outros. Inclusive, naquele ano a gente ficou de fora da semifinal da Liga Nacional porque o nosso supervisor esqueceu do cartão amarelo do nosso treinador (Vander Iacovino). Aí a gente precisava ganhar o jogo do Atlântico em Erechim e ganhamos, mas perdemos os pontos e ficamos de fora da semifinal da Liga Nacional. Aí o time desmontou e eu fui pra Intelli, em 2004, o time tinha recém ganhado o Paulista, estava melhorando bastante a estrutura. Fiquei três anos ali no clube. Depois rodei para Palmeiras, fui pra Portugal, São José, São Paulo e Indaiatuba.

Depois você fez o caminho inverso do futsal e foi jogar no Ceará?

É isso mesmo. Normalmente os jogadores do Nordeste querem ir pro Sul e Sudeste jogar. Eu já estava no Sudeste e fui pro Ceará pra jogar no Pague Menos. Foi uma experiência muito legal, o Campeonato Cearense tem muito valor individual. Ainda falta um pouco de estrutura e apoio, mas é um campeonato muito forte. Aí eu fiquei um ano e meio lá e o Fabinho Gomes (técnico do Dois Vizinhos) me fez o convite pra vir jogar no Galo na Série Prata, em 2018, eu topei. Fiquei dois anos ali e fui muito feliz, fomos vice-campeões da Série Prata e no ano seguinte vice-campeões da Série Ouro.

E hoje você se considera um beltronense?

Sim, estou muito bem aqui em Francisco Beltrão, sou casado com uma beltronense (Bruna). Final de ano nem fui embora, passei aqui as férias. O Barbosa, que também veio pra jogar e casou com uma beltronense, brinca comigo, diz que eu não consegui ir embora. Mas é uma cidade muito acolhedora, fiz muitos amigos aqui em pouco tempo. Quando eu jogava no Dois Vizinhos, eu já ficava mais aqui em Beltrão do que lá, por causa da minha esposa. Essa cidade me acolheu e está no meu coração.