A temporada 2020 da Liga Nacional de Futsal já é histórica, mesmo antes de iniciar. São 25 anos completados de uma competição cada vez mais organizada, modernizada e competitiva. Inclusive, para essa temporada, com todos os jogos transmitidos, através da LNFTV, e seguindo com as transmissões semanais do SporTV. Mas se a competição atingiu esse status, deve-se muito a quem levou a modalidade até o topo.

Três gerações diferentes preenchem o imaginário do apaixonado por futsal. Manoel Tobias jogou a primeira edição da LNF em 1996 pelo Inter e deu início à sua trajetória de uma forma peculiar.

“Foi impactante porque eu estava no Grêmio no início de 1996 e quinze dias antes da Liga iniciar fui para o Inter e saímos campeões. Foi um obstáculo depois de quatro meses no campo voltar para as quadras”, relembra Tobias, o maior artilheiro de uma única edição: 52 gols marcados vestindo a camisa do Atlético-MG, em 1999. “É um recorde até hoje. Imagina com mais jogos?”, completa aos risos.

Divulgação

Manoel Tobias comandava o Atlético Mineiro na conquista do título da Liga Futsal. Foto: Divulgação

Se Manoel Tobias foi o grande nome da geração que solidificou o terreno da liga no território brasileiro, os números não deixam mentir que Falcão, na sequência, seja o sinônimo de tudo o que o futsal tem de melhor: alegria, habilidade, dribles, gols, emoção e títulos. Ao todo, foram 396 vezes em que o craque balançou as redes, mais que o dobro do segundo colocado, Lenisio. Falcão não atua mais, mas acompanha de perto o desenvolvimento da LNF.

“A transmissão pela internet é um passo para frente, significa modernidade. As pessoas têm que ter acesso aos jogos fora da televisão e ter os jogos à disposição. Esse modelo de transmissão só vem a acrescentar”.

Guilherme Mansueto

Rodrigo é o capitão do Magnus nas últimas temporadas. Foto: Guilherme Mansueto

Uma das maiores referências na atual geração do futsal brasileiro tem outro perfil. Rodrigo, capitão da seleção brasileira, três vezes artilheiro do torneio, vai ao encontro do discurso do craque da camisa 12.

“A transmissão pela internet é um passo para frente, significa modernidade. As pessoas têm que ter acesso aos jogos fora da televisão e ter os jogos à disposição. Esse modelo de transmissão só vem a acrescentar”, afirma Rodrigo.

Enquanto a bola não rola, três dos maiores nomes da história da LNF ficam na expectativa. Claro, Rodrigo ainda é o único que pode usufruir do prazer de disputar a competição. A carreira do fixo foi toda construída no Brasil, mas, mesmo assim, ele tem autoridade para dizer aonde estão as maiores dificuldades dentro da quadra.

“Aqui é o mais forte, pela dificuldade de disputa. Antes do campeonato não tem como antecipar favoritos como acontece em outros países e isso torna a liga muito difícil de ser conquistada”, avalia.

Falcão poderia pensar diferente, afinal conquistou nada mais nada menos do que nove Ligas, mas mesmo assim garante:

“Com certeza a LNF é a mais difícil de conquistar. Isso é comprovado. Desde 2003 a mesma final só se repetiu duas vezes com ACBF x Jaraguá. E isso mostra a força da Liga. Na Espanha, por exemplo, são três equipes que revezam o título e aqui qualquer um pode ser campeão.”

Paulo Sauer

Falcão conquistou nove Ligas na história. Foto: Paulo Sauer

Ao longo dos 25 anos a LNF teve 12 finais diferentes. ACBF (7 vezes), Ulbra e Jaraguá (6 vezes) são as equipes que mais chegaram na decisão. Manoel Tobias, tri campeão com Inter, Atlético-MG e Vasco olha para trás e reflete sobre o crescimento da competição. “A de hoje é muito mais organizada. Naquela época durava pouco tempo a competição e com mais equipes jogando, a gente tem mais chances de fazer gols.”

Em virtude da pandemia do coronavírus, a LNF2020 adiou seu início preservando a saúde de todos os envolvidos na organização e disputa do torneio. Até lá, para quem não viu Manoel Tobias e Falcão jogar, ou até para quem viu, a internet está aí para ser uma espécie de colírio para os olhos. Privilegiado é o Rodrigo, que se prepara para fazer parte de uma nova história.